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“Quem quer ir numa pipoca dessa”? diz Bolsonaro em discurso sobre retomada do Turismo

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Bolsonaro durante discurso no Palácio do Planalto nesta terça (10).

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (10) que o Brasil tem que \”deixar de ser um país de maricas\” e enfrentar a pandemia de Covid-19 de \”peito aberto\”. 

\”Tudo agora é pandemia\”, queixou-se Bolsonaro durante discurso no Palácio do Planalto, em cerimônia de lançamento de um programa de turismo.
Ao início de sua fala, Bolsonaro opinou sobre o porque o Turismo é travado no Brasil: 

\”Por exemplo, Fernando de Noronha. Quem quiser ir pra lá tem uma taxa estadual de R$ 73,52 por dia, e uma \’taxinha federal\’, pra quem quiser na praia, de R$ 110. Se for estrangeiro passa para R$ 220. Quem quer ir numa pipoca dessa? Não tem como ir pra frente, não tem […] uma pousada lá em Angra (Angra dos Reis/RJ) tá 2 mil reais. Pra mim é dinheiro pra caramba\”, disse o presidente.

Durante o discurso, Bolsonaro também disse que a vida dele \”é uma desgraça, é problema o tempo todo\”. O presidente afirmou ainda que não tem paz \”para absolutamente nada\” e reclamou da cobertura da imprensa: \”Eu não posso nem tomar um caldo de cana na rua que lá vem essa imprensa me perturbar, pegar uma piada que eu faço pra poder me esculhambar\”, reclamou. 

\”Pessoal, temos que buscar mudanças, não teremos outra oportunidade. Vem a turminha falar \’queremos um centro\’, nem ódio pra lá nem ódio pra cá. Ódio é coisa de marica, pô. Meu tempo de bullying na escola era porrada\”, declarou.

O presidente disse lamentar os mortos e voltou a afirmar que o destino de qualquer um é a morte.

\”Acaba o auxílio emergencial em dezembro. Como ficam esses quase 40 milhões de invisíveis? Perderam tudo agora. O catador de latinha não tinha latinha para catar na rua, não tinha como vender biscoito Globo na praia, não tinha como vender um mate no estádio de futebol. Tudo agora é pandemia. Tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento, mas todos nós vamos morrer um dia. Aqui, todo mundo vai morrer\”, declarou Bolsonaro.

\”Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar de peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa?\” 

Referência a Biden

No mesmo evento desta terça, Bolsonaro afirmou que \”quando acaba a saliva, tem que ter pólvora\” ao se referir à Amazônia.

Ainda como candidato, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que buscaria \”organizar o hemisfério e o mundo para prover US$ 20 bilhões para a Amazônia\”. Afirmou ainda que o Brasil pode enfrentar \”consequências econômicas significativas\” se não parar de \”destruir\” a floresta.

Bolsonaro, sem citar o nome de Biden, declarou nesta terça-feira no Planalto:

\”Assistimos há pouco aí um grande candidato a chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto? Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo. Ninguém tem o que nós temos.\”

Durante a campanha eleitoral, Biden afirmou que \”a floresta tropical do Brasil, está sendo demolida, está sendo destruída […] Pare, pare de derrubar a floresta, e, se não fizer isso, você terá consequências econômicas significativas’.

Com relação a Biden, até esta terça Bolsonaro não havia se manifestado publicamente sobre a vitória de Joe Biden na eleição nos Estados Unidos.

A frase refere-se a altas taxas para frequentar Fernando de Noronha, um dos principais pontos turísticos do Brasil