Santa Catarina se mantém como referência em saúde animal e defesa agropecuária. Nesta terça-feira, 25, o estado comemora 14 anos do reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O status sanitário diferenciado foi fundamental para que o estado se tornasse o maior produtor e exportador de carne suína de todo o país, além de abrir as portas para os mercados mais exigentes e competitivos do mundo.
A certificação da OIE é o maior reconhecimento sanitário que um estado ou país pode alcançar e demonstra ao mundo, principalmente aos mercados internacionais, o cumprimento de vários requisitos técnicos para assegurar a saúde dos rebanhos.
Como a febre aftosa é uma doença com alto risco sanitário e gera um enorme impacto econômico, alguns países só compram carnes de áreas livres da doença sem vacinação – onde não existe circulação do vírus e, consequentemente, o controle sanitário é mais rígido.
Resultados
Desde a suspensão da vacina em Santa Catarina, o estado se consolidou como grande produtor e exportador de carnes, com acesso aos mercados mais exigentes do mundo.
Atualmente, a produção catarinense é comercializada em mais de 150 países e os embarques de produtos de origem animal respondem por 38% de todo comércio internacional catarinense.
Em 2006, um ano antes da certificação internacional, Santa Catarina exportava 184 mil toneladas de carne suína, faturando US$ 310 milhões. Em 2020, esse número saltou para 523,4 mil toneladas e trouxe US$ 1,17 bilhão para o estado, um aumento de 184,4% na quantidade e 277,4% na arrecadação.
O cenário é o mesmo para a carne de frango, que se tornou o primeiro produto das exportações catarinenses, faturando mais de US$ 1,5 bilhão em 2020, com 965 mil toneladas embarcadas. Com o reconhecimento da OIE, Santa Catarina teve acesso a grandes compradores de carnes como China, Hong Kong, Estados Unidos e Coreia do Sul.
28 anos sem um foco da doença
O último foco de febre aftosa em Santa Catarina ocorreu em 1993 e a partir de 2000 foi suspensa a vacinação contra a doença. Em 25 de maio de 2007 representantes do Governo do Estado compareceram à Assembleia Mundial da OIE para receber o certificado que fez do estado a única zona livre de febre aftosa sem vacinação do Brasil.
Manutenção do status sanitário
Para manter o status sanitário diferenciado, os esforços são imensos. A Cidasc mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de animais e produtos agropecuários.
Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados.
Em Santa Catarina não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados que não tenham o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Para que os produtores tragam ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato.
O Governo do Estado mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa em Santa Catarina.
Continuamente, a Cidasc realiza inspeções clínicas nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que venha a ser notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).
 
			



