Quando o pequeno Henrique, de 4 anos, soltou seu balão sem querer e viu ele ganhando o céu de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, mal sabia ele que, ali, se iniciava uma longa viagem. De 620 quilômetros, mais precisamente.
O balão, cheio de gás hélio, cruzou o estado de Santa Catarina e foi encontrado por um morador do município de São Mateus do Sul, no Paraná.
A história, com final feliz, começou no dia 31 de dezembro. Henrique – ou Hique, como é chamado pelos pais – ganhou o balão, com seu nome gravado, e brincava com ele quando por um descuido o balão se soltou de sua mão e ganhou o céu.
Dois dias depois, Welington Leal Gamarra, que estava pescando na localidade de Fartura do Potinga, área rural de São Mateus, encontrou o balão preso em meio a vegetação. Welington levou o achado para a filha, a Emily, de dois anos.
A esposa de Welington, Giseli Cordeiro, contou que o balão estava “cheio e bonito”. Outros balões menores, furados, estavam juntos ao principal.
A curiosidade do casal despertou com o nome impresso no brinquedo: Hique, apelido da criança que tinha perdido o balão dias atrás. Havia também uma etiqueta com o nome da loja em que foi comprado, nome da cliente e número de telefone.
Em uma pesquisa rápida, Giseli e Welington viram que o endereço, de Porto Alegre, ficava a uma distância que, de carro, demoraria nove horas de viagem.
“Quando eu vi que o endereço era do Rio Grande, eu disse ‘não pode o balão ter vindo de lá até aqui?’ Aí eu mandei mensagem”.
Pelo número na etiqueta, a mãe da Emily, que estava com o balão, contatou a Paula, mãe do Hique. Quando elas começaram a conversar, ficaram surpresas com a história. Paula, inicialmente, achou que o contato podia ser um golpe.
Conforme as duas entendiam o que tinha acontecido, elas perceberam o quão surpreendente foi a história do “balão viajante” e continuaram conversando diariamente.
As famílias, inclusive, marcaram de se encontrar no próximo domingo (16), em Porto Alegre.
A pequena Emily, com o balão viajante, e os pais Welington e Giseli, partiram para o Rio Grande do Sul ontem (14) e pelas redes sociais informaram, neste sábado (15), que já estão em Porto Alegre na casa da psicóloga Paula Endres, e do médico Walter Machado, pais do Hique.
“A gente acha que tudo tem um propósito, nada é por acaso. A gente ficou muito feliz dela [Paula] ter nos convidado. Sempre quisemos conhecer o Rio Grande do Sul, mas não imaginamos que seria nesta circunstâncias”, disse Giseli.
Desta vez, a “história de pescador” não foi usada para contar causo, mas sim para contar o início de uma nova amizade!