Os cerca de 3,5 mil médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entram em greve em todo o país a partir desta quarta-feira (30).
Na semana passada, os servidores do INSS já tinham entrado em greve e a paralisação suspendeu o atendimento presencial em várias cidades.
De acordo com as entidades sindicais, os servidores não faziam greve há 5 anos, mas as condições de trabalho ficaram insustentáveis.
A reivindicação dos peritos, assim como dos trabalhadores administrativos, é de reajuste de 19,9% para repor as perdas inflacionárias, além de abertura de concurso público e melhora na carreira.
Segundo Francisco Eduardo Cardoso Alves, vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), os profissionais decidiram fazer a paralisação porque não houve, até agora, sinalização do governo de que as pautas de reivindicação serão atendidas.
De acordo com Alves, a orientação é para que todos os médicos parem, mas pode haver locais em que haja atendimento da perícia médica normalmente, cumprindo os agendamentos.
O exame médico pericial é feito quando o trabalhador pede benefícios específicos ao INSS. Entre eles estão o auxílio por incapacidade temporária e a aposentadoria por incapacidade permanente.
Além disso, quem solicita o Benefício de Prestação Continuada (BPC) pode ter de passar por perícia e quem pede a aposentadoria especial também depende do trabalho de um médico perito, mas de forma interna.
Para Alves, o ideal seria que os segurados já remarcassem a perícia, para não perder a ida até o local, embora não seja possível saber exatamente onde haverá paralisação: “Era para ter uma orientação; não sei se o governo está tomando uma atitude”.
Para Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), o ideal é que o segurado compareça à agência no dia e hora agendados, para não correr o risco de perder o benefício.
“Ele deve comparecer à perícia e fotografar, mostrando que a agência está fechada ou o perito não compareceu para, só depois, remarcar” orienta.