Entre os deputados estaduais eleitos para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), apenas a deputada Ana Campagnolo (PL) obteve mais de 100 mil. Com isso, ela se torna a deputada mais votada da história do Parlamento catarinense.
A segunda mais votada foi a deputada Luciane Carminatti (PT), que assume o seu quarto mandato, enquanto que a deputada Paulinha (Podemos), reeleita, foi a oitava mais votada.
Formada em História e professora, Ana Campagnolo ganhou notoriedade por ser defensora de movimentos como o chamado “Escola sem partido” e antifeminista.
A deputada explicou que conta com apoio de lideranças fortes atuando em seu favor em todo o Estado. “Eles estão posicionados em pontos estratégicos, no Oeste, Norte, Meio-Oeste, Sul, Vale do Itajaí e Grande Florianópolis. Esses assessores que trabalharam com a gente construíram lideranças, ajudaram a distribuir recursos, as nossas emendas foram muito pulverizadas no Estado. Tomamos muito cuidado com isso, atendendo desde os pequenos até os grandes municípios. Também teve a expressidade do nosso trabalho feito pela CPI do Aborto. Talvez as pessoas não lembrem, mas o requerimento de abertura da CPI teve mais de 120 assinaturas, então era obvio que isso teria reflexo nas urnas”, avalia.
A segunda mais votada
A deputada Luciane Carminatti (PT), que assume o seu quarto mandato, recebeu 92.478 votos. “Ainda estamos absorvendo o resultado das urnas. A gente esperava por isso, porque foram quatro anos de muito trabalho, de muita presença nos municípios, de projetos aprovados, então esperava que o resultado viesse nas urnas e de fato o resultado veio. Então, nada melhor do que a gente perceber o apoio, o apoio traduzido nesta força política, de uma mulher de esquerda num cenário estadual bastante difícil.”
Para Carminatti, o grande desafio é fazer política grande. “A gente conseguiu olhar para os colegas e dialogar, nunca me furtei a isso, tanto que a gente conseguiu, mesmo sendo uma minoria de esquerda no Parlamento, ser uma das deputadas que mais aprovou leis importantes. Quero dizer que é o desafio no Parlamento, estabelecer diálogo porque somos 40 deputados eleitos pelos seus partidos e os 40 precisam pensar no Estado”, conclui.
Segundo mandato
A deputada Paulinha (Podemos), que foi reeleita para o seu segundo mandato, com 58.694 votos, agradeceu o apoio dos eleitores e lamentou que o governador Carlos Moisés (Republicanos) não tenha conseguido ir para o segundo turno nas eleições deste ano. “Com pesar que vejo o nosso querido governador de fora do segundo turno. Ele trouxe dignidade ao Estado e um olhar aos pequenos municípios, como o meu, Bombinhas. Apesar disso, respeito o resultado das urnas e reitero o meu compromisso de continuar trabalhando em prol de Santa Catarina.”
Ex- vereadora e ex-prefeita de Bombinhas, a deputada Paulinha conquistou 51.739 votos na eleição de 2018. Ela afirma que enxerga com tristeza a redução no número de mulheres no Parlamento.
Paulinha avalia que o mandato conquistado será de mais desafios, principalmente para a pauta das mulheres no Parlamento catarinense. “Mas não podemos nos entregar, temos que continuar perseverando e nos esforçando para que se consiga neste cenário traduzir o sentimento das mulheres e constituir políticas públicas que sustentem essa equidade que a gente defende.”
Ela adianta que pretende buscar parceria dos deputados homens para defender as pautas que sejam justas para Santa Catarina. “Temos que ponderar o que aconteceu e entender esse retrocesso e se reposicionar neste quadro. Sinto-me com a responsabilidade multiplicada.” Paulinha afirma que entre as principais bandeiras que defende há inúmeras leis feministas que não avançaram no atual mandato. “Por hora, temos que aguardar a eleição do segundo turno e avaliar quais serão as políticas públicas do próximo governo.”
			


























