Em maio de 2016 foi protocolada junto a Comarca de Caçador (SC), uma ação de recuperação Judicial das empresas Reunidas S.A. Transportes Coletivos, Real
Transporte e Turismo S.A. e Reunidas Transportadora Rodoviária de Cargas S.A, para negociar dívidas que beiravam, na época, R$ 80 milhões. Desde então, imóveis da Reunidas foram leiloados e a empresa aderiu a programas de refinanciamento de tributos.
Nesta semana, em entrevista à NSC, o presidente do grupo, Lycurgo Coelho de Souza, informou que vai pedir à Justiça o fim da recuperação judicial que teve início há quase sete anos.
“A maior parte da dívida sujeita à recuperação judicial já foi paga”, diz Souza. Dos R$ 80 milhões, sobraram cerca de R$ 13 milhões que correspondem aos maiores credores – entre bancos e empresas.
Em relatório emitido em 2021, a empresa disse que precisou ‘se reinventar”, em 2020, para garantir a continuidade dos serviços diante da pandemia da covid-19. Aliado a este fato, houve uma liberação de mercado em relação as linhas interestaduais, fato que culminou na entrada de novas empresas em mercados que eram explorados pela Reunidas, aumentando a concorrência já existente.
Segundo Souza, o quadro de funcionários foi enxugado nesse período – de 1,7 mil colaboradores passou para 1,5 mil – e algumas linhas foram vendidas.
Mas apesar de a receita e o número de passageiros ainda estarem abaixo do patamar pré-pandemia, ele diz já ver melhoras no mercado, impulsionadas pela retomada do turismo. Atualmente, as principais linhas operadas pela empresa partem do Oeste catarinense,
e parte do Paraná, rumo ao Litoral, especialmente Balneário Camboriú e Florianópolis.
“A partir de março de 2022 começou a melhorar e no segundo semestre começamos a caminhar para uma recuperação. O ano de 2023 já começou mais próximo da normalidade”, considera.
A expectativa por um cenário mais animador faz o executivo projetar uma operação novamente lucrativa e um faturamento entre R$ 310 milhões e R$ 320 milhões em 2023. A nova fase também é marcada por investimentos.
O plano da Reunidas é renovar, no curto e médio prazos, cerca de 40% da frota de 400 veículos, entre ônibus e caminhões. Este processo começou em 2022 e deve se intensificar em 2023. Para isso, o aporte anual deve girar na casa dos R$ 40 milhões.
A empresa também deve lançar em breve uma plataforma para venda de passagens rodoviárias pelo WhatsApp. Segundo Souza, 20% dos bilhetes já são comprados hoje pela internet e mostrados ao motorista pela tela do celular no momento do embarque.
“Temos uma história de 70 e poucos anos em Santa Catarina. Em qualquer lugar que você vai, a Reunidas é conhecida. Queremos voltar a crescer, disputar mercado”, projeta Souza.