Ao menos quatro vereadoras de diferentes cidades de Santa Catarina receberam ameaças de morte entre domingo (5) e esta terça-feira (7). Ana Lúcia Martins (PT) foi a primeira parlamentar a denunciar o e-mail com ofensas racistas e ataques. De acordo com a vereadora, os ataques partiram de um e-mail em nome da Presidência da Câmara Municipal de São Miguel do Oeste.
Além dela, Carla Ayres (PT) de Florianópolis, Maria Tereza Capra (PT) de São Miguel do Oeste, no Oeste, e Giovana Mondardo (PCdoB) de Criciúma, no Sul, também foram insultadas em mensagens.
“A vitória final virá e iremos matar você”. “Seus dias e os dados [sic] sua família estão contados”, diziam ambos os e-mails.
A Polícia Civil disse que já ouviu as vítimas e apura a complexidade das ameaças para garantir a segurança das parlamentares.
Além delas, Manoel Dias, presidente do PDT catarinense, o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Justiça Flávio Dino e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também são citados no e-mail.
Para Ana Lúcia, além da ameaça de morte, as ofensas foram racistas. Já para Carla, o conteúdo tinha ofensas lesbofóbicas.
Maria Tereza, que é citada em ambos os e-mails, sofre ameaças de morte desde que denunciou a suspeita de gesto nazista. Giovana foi chamada de comunista, entre outros insultos.
As mulheres foram ameaçadas após elas se manifestarem contra a cassação da vereadora Maria Tereza Capra, que perdeu o mandato na madrugada de domingo (5).
Maria Tereza foi cassada em um processo de quebra de decoro por denunciar uma suposta saudação nazista em frente à base do exército da cidade em 2 de novembro de 2022. Foram 10 votos a favor e apenas um contra, o da própria vereadora, no relatório da Comissão de Inquérito que havia dado parecer pela cassação.
Segundo a acusação, a parlamentar propagou notícias falsas e atribuiu aos cidadãos de São Miguel do Oeste o crime de saudar o nazismo.
O que diz o vereador citado por fazer as ameaças?
Vice-presidente da Câmara municipal de São Miguel do Oeste, o vereador Vanirto Conrad (PDT), negou que tenha feito ameaças. Ele também afirmou que fez um boletim de ocorrências sobre o caso.
“Se esse e-mail porventura existir, só pode ser fruto de invasão de minhas redes sociais ou de alguém que criou um e-mail falso em meu nome para criar um factoide político”, disse Conrad.