A morte de uma menina de 5 anos de idade e de um adolescente, de 17, na manhã deste sábado (12), na comunidade do Dendê, no Rio de Janeiro, provocou revolta e tristeza entre os moradores do local.
Segundo a associação de moradores, os episódios foram relacionados com participação de policiais militares na comunidade. Moradores acusam a Polícia Militar pelas mortes, já a polícia afirma que o jovem atirou contra os agentes e diz não saber como a garota morreu.
PMs faziam blitzes quando uma moto com dois homens teria furado um dos bloqueios na saída de um baile funk no Morro do Dendê. Após a morte a tiros de um dos ocupantes, houve um protesto — durante o qual a criança, que não estava no ato, foi baleada.
Testemunhas e PM têm versões distintas para o que se sucedeu.
Segundo o presidente da Associação dos Moradores, o primeiro episódio foi a morte do adolescente que não teria obedecido à abordagem policial.
“Os moradores desceram para a entrada da comunidade para fazer protesto por causa da morte do rapaz. Logo em seguida, passaram várias viaturas e um dos policiais deu um tiro para o alto que acabou atravessando a janela e atingido a criança dentro de casa”, disse. O adolescente faria 18 anos de idade na próxima segunda-feira (14).
No final da tarde, a Polícia Militar (PM) informou que o comandante do 17° Batalhão da PM, na Ilha do Governador, zona norte da cidade, foi afastado da unidade.
O afastamento foi divulgado pela corporação em nota informando que a medida foi tomada para “dar uma maior lisura e transparência à averiguação dos fatos referentes às ações ocorridas na manhã deste sábado (12/08), na Ilha do Governador, na Zona Norte da cidade”.
Os mortos são Wendel Eduardo, de 17 anos, na garupa de uma moto, por volta das 7h30 e Eloá Passos, de 5 anos, dentro de casa, no Morro do Dendê, cerca de uma hora depois.
Sobre esse episódio, a PM explicou que “um procedimento apuratório foi instaurado para averiguar a conjuntura das ações e a corregedoria da corporação acompanha os trâmites do caso”. A corporação acrescenta que as imagens das câmeras corporais dos policiais serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações.
A Polícia Civil também divulgou que já iniciou a investigação das mortes da menina e do adolescente. “Os agentes estão em diligências em busca de testemunhas e outras informações para esclarecer as dinâmicas dos fatos”, divulgou em nota.
A ONG Rio de Paz repudiou mais esse episódio de violência da Polícia Militar. “A casa deveria ser o local mais seguro para se estar, principalmente para uma criança. Mas não para (a menina) de 5 anos”, escreveu em uma rede social.





