Uma história de “caça ao tesouro” acabou em morte na cidade de Ipatinga, no Vale do Rio Doce, na noite de quinta-feira (4). Um idoso de 71 anos não resistiu aos ferimentos ao cair de um buraco de 40 metros de profundidade.
O idoso caiu de uma altura equivalente a um prédio de 13 andares. Os Bombeiros usaram cordas, cilindro de oxigênio e escoramento para descer até a vítima.

A escavação na área de serviço da casa da vítima, começou depois que João Pimenta da Silva teve um sonho, uma revelação de que haveria ouro debaixo da casa dele.
Depois disso, ele iniciou a jornada cavando um círculo no chão de aproximadamente 90 centímetros de diâmetro e 40 metros de profundidade.
O comerciante Antônio Wilson Vasconcelos, amigo do idoso, contou que estava com a vítima no momento do acidente. Ele tentou salvar o vizinho, chegou a segurá-lo mas perdeu as forças.
Depois disso, Antônio correu e pediu ajuda. Os bombeiros informaram que o idoso foi retirado sem vida com politraumatismo, fraturas expostas nas duas pernas, fratura no quadril, laceração do abdômen e tronco e traumatismo craniano grave.
O amigo contou também que a escavação começou há seis meses e que ele recebia R$ 250, por dia de serviço. Disse ainda que eles usaram máquinas e até oxigênio nos trabalhos.
“Ele chamou um pessoal lá de Teófilo Otoni, não sei se é biólogo, para avaliar o lugar e começar a cavar. A gente começava, parava um dia, depois continuava. Eu trabalhei até chegar em 19 metros. A gente tinha compressor de oxigênio, martelete, bomba. A procura dele era ouro, mas esse ouro, não tinha de jeito nenhum, nós achamos foi água”, disse o amigo.
Ainda, segundo o comerciante, a vítima recebeu uma revelação em um sonho e teve a certeza de que embaixo da casa tinha ouro.
Segundo o corpo de bombeiros, a escavação feita por João era ilegal e que ele corria muitos riscos.
“Existem processos legais que a pessoa tem que ter autorização dos órgãos ambientais porque o solo pertence a União. E tem toda a questão de equipamentos e de impostos que a pessoa tem que pagar. Um risco muito grande que ele correu e infelizmente veio a se vitimar. Porque, ele estava fazendo uma atividade em altura, necessitava de equipamentos de segurança. Há um risco durante o processo de escavação, a terra pode cair e a pessoa ser soterrada”, explicou o capitão.
A perícia compareceu ao local e o corpo foi liberado para uma funerária.

















