A população de Treze Tílias iniciou 2024 com uma notícia chocante. Um casal, Marisa Mergener, de 42 anos, e Reginaldo Tonet, de 41, foi encurralado e morto dentro da própria casa nas primeiras horas do ano, após voltar de uma festa de réveillon. Os suspeitos do crime, a irmã de Reginaldo, e o marido dela, foram presos uma semana depois.

As investigações apontaram para um crime de âmbito familiar, motivado por desavenças relacionadas a herança, e nesta semana a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joaçaba denunciou uma mulher e um homem (irmã e cunhado de ua das vítimas) pelos homicídios citando várias qualificadoras, incluindo o feminicídio. A Justiça já recebeu a denúncia e ambos se tornaram réus em uma ação penal.
O objetivo do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) é que eles sejam julgados e condenados pelo Tribunal do Júri e que a relação parental com as vítimas e a forma como o crime foi cometido pesem no cálculo das penas.
As investigações revelam que a mulher teria arquitetado a morte do irmão e da cunhada para ficar com uma herança, já que o casal não tinha filhos, e que seu companheiro teria participado do planejamento e executado os homicídios com uma pistola de uso restrito.
A denúncia narra que “um prestou apoio moral e material ao outro em todo o percurso do crime, seja durante os atos de planejamento, na execução e após a consumação, com combinação de versões, ocultação e eliminação de vestígios, buscando desviar e dificultar a investigação policial e garantir a impunidade de suas ações”.
Quatro qualificadoras são citadas nas duas mortes: motivo torpe, afinal os homicídios teriam sido motivados por desacertos envolvendo bens; emboscada, pois o réu teria esperado as vítimas com uma pistola nos arredores da casa e as atacado desprevenidas; meio cruel, pois o réu teria fragilizado o casal, perseguindo-o pelos cômodos e fazendo disparos de forma intervalada para prolongar o sofrimento; e uso de arma de fogo restrita.
O MPSC pede, ainda, que o feminicídio seja reconhecido, pois a cunhada teria sido morta no âmbito da violência doméstica e familiar, devido a relação parental com os réus – cunhada de uma e concunhada do outro.
A denúncia também inclui o crime de porte ilegal de arma de fogo, afinal, após o homicídio, o executor fugiu e ocultou a pistola, e a arma não foi localizada.
Relembre o crime
A professora Marisa Mergener, e o marido, o empresário Reginaldo Tonet, foram atacados ao chegar em casa, logo após a meia-noite do dia 1º de janeiro deste ano.
Ao chegar na garagem, o casal saiu do carro e Reginaldo foi atingido por um disparo, ele entrou na casa e foi novamente alvejado. Já Marisa foi atingida por um disparo na cabeça e foi a óbito junto ao pinheirinho de Natal.
As vítimas foram encontradas em óbito dentro da residência, alvejados por disparos de arma de fogo. Vizinhos disseram que ouviram tiros, mas só no começo da tarde uma vizinha foi ao local e notou sangue na porta, momento em que chamou a polícia.




























