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Canoinhas em destaque nacional: Vídeo de Prefeita jogando livros no lixo repercute no país

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Caso será investigado pelo Ministério Público, através da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Canoinhas.

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Um vídeo da prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel (PL), jogando livros no lixo e criticando o projeto de leitura Mundoteca por conter obras “inadequadas” para crianças e adolescentes viralizou nas redes sociais e repercutiu na imprensa nacional, colocando Canoinhas nos holofotes. (Veja vídeo abaixo)

No vídeo, publicado na quarta-feira (17), Juliana Maciel responsabiliza o governo Lula (PT) e o Ministério da Cultura pela escolha dos livros da Mundoteca, chamando-os de “porcaria”. A atitude da prefeita gerou críticas de diversos setores da sociedade, incluindo a Secretaria de Comunicação Social do Brasil, que esclareceu em nota que o projeto Mundoteca não é uma ação do governo federal.

Repercussão na Imprensa:

A polêmica tomou conta dos principais portais de notícias do país. Diversos veículos de mídia, incluindo o Estadão, Revista Fórum, Carta Capital, Folha de São Paulo, Diário do Nordeste, Poder 360, UOL, Terra, Estado de Minas e O Globo, deram destaque ao incidente. O Estadão destacou a fala de Juliana Maciel sobre os livros, enquanto a Revista Fórum ressaltou que a prefeita não detalhou (no vídeo), o conteúdo das obras que considera inadequadas.

Como Tudo Começou:

A polêmica teve início na Câmara de Vereadores de Canoinhas, quando a vereadora Tatiane Carvalho (MDB) exibiu um vídeo folheando dois livros da Mundoteca. Em uma publicação, a vereadora classificou o conteúdo dos livros como pornografia acessível para crianças em espaço público do município de Canoinhas.

O vereador Osmar Oleskovicz solicitou a remoção imediata dos livros do acervo, enquanto o vereador Willian Godoy foi além e defendeu a incineração das obras. Mauricio Zimmermann expressou-se escandalizado diante da situação.

Após a controvérsia na Câmara, Juliana Maciel gravou o vídeo, ampliando ainda mais o debate e gerando repercussão em todo o Brasil.

A polêmica levanta questões importantes sobre o papel das autoridades públicas na promoção da cultura e da educação, e deve continuar a ser debatida nos próximos dias.

Quais são as obras

Os livros, alvos das polêmicas, são Aparelho Sexual e Cia: Um Guia Inusitado Para Crianças Descoladas (Seguinte, 2018), de Zep e Hélène Bruller, e As Melhores do Analista de Bagé, de Luis Fernando Verissimo (Objetiva, 2007).

Instagram/Juliana Maciel

Nota da Prefeitura de Canoinhas

“Os livros foram retirados da Mundoteca. Canoinhas, assim como outras cidades do Brasil, recebeu o acervo da Mundoteca como doação.

A Mundoteca foi idealizada pelo Ministério da Cultura e Governo Federal por meio da FGM Produções e Girassol Incentiva. O projeto foi desenvolvido com recursos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), via Lei Rouanet, com patrocínio da empresa WestRock e apoio da Prefeitura de Canoinhas, que cedeu o espaço.

As duas obras são O Aparelho Sexual & Cia e As Melhores do Analista de Bagé, e trazem desenhos e textos de cunho sexual. Não tratam sobre práticas educacionais, muito pelo contrário. E por não condizerem com o que a Secretaria Municipal de Educação preza e ensina às crianças e adolescentes, foram retirados do acervo.

Os livros serão encaminhados aos responsáveis pela criação do projeto da Mundoteca.”

Governo federal nega autoria do projeto

A Secretaria de Comunicação Social do Brasil divulgou uma nota informando que não é gestora do projeto Mundoteca. “Apesar de acessar uma política pública de incentivo, a Mundoteca não é uma ação do governo federal”.

A nota também ressalta que o governo federal não envia livros para escolas e espaços dos sistemas municipais e estaduais de educação sem que haja a devida solicitação dos materiais, realizada por gestores e educadores e escolhidos de maneira democrática nos conselhos de educação.

Investigação

Após a repercussão do caso, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou, nesta sexta-feira (19), um procedimento preliminar para apurar o descarte de livros. A investigação é da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Canoinhas, que atua nas áreas de Infância, Juventude e Educação. A informação é da NSC TV, através da colunista Dagmara Spautz.

“O papelão da prefeita, que agora está na mira do MP, segue o mesmo modus operandi de outros prefeitos, como de Criciúma e Rio do Sul, que recentemente envolveram-se em polêmicas vazias na internet”, diz a colunista.