Em uma ação conjunta realizada pelo Ministério Público do Paraná, Conselho Tutelar do Pinheirinho, Fundação de Ação Social (FAS) e Vigilância Sanitária Municipal, um alojamento clandestino para adolescentes foi interditado no bairro Capão Raso, em Curitiba.
O local, que funcionava como um abrigo para jovens sonhando com a carreira de jogador de futebol, não possuía os alvarás e licenças sanitárias exigidos por lei.
Havia 19 meninos de 14 a 17 anos no local, provenientes de municípios do Paraná, de Santa Catarina, Mato Grosso, Acre e até do Paraguai.
O responsável pelo espaço apresentou contrato de locação de uma academia desportiva. No local, também havia uma pessoa que se apresentava como “treinador”, mas que não tem registro profissional e alegou prestar serviço voluntário. Nenhum dos adultos presentes tinha documentação para a guarda dos adolescentes.
Segundo apurado, com a promessa de oportunidades na carreira do futebol, os pais deixavam os filhos com esse “treinador”, pagando R$ 1,8 mil por mês para manter os meninos ali hospedados. Além de não ter as devidas licenças de funcionamento, o local apresenta problemas graves de estrutura e péssimas condições de limpeza.
Após a interdição, a maioria dos jovens foi encaminhada para suas famílias de origem. No entanto, cinco adolescentes permanecem em um abrigo institucional da Prefeitura de Curitiba, aguardando a providência de passagens para retornarem a seus estados.
O Ministério Público do Paraná busca a responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelo alojamento clandestino, com notificação de todos os pais dos adolescentes para orientações. Foi a segunda interdição recente do espaço: em maio, o abrigo também havia sido fechado pela Vigilância Sanitária.
Na ocasião, abrigava 30 meninos – todos foram entregues aos pais ou responsáveis, mediante assinatura de termo de responsabilidade pelo Conselho Tutelar.