Foi encontrado, na manhã desta sexta-feira (8), o corpo da criança de dois anos que desapareceu durante uma enxurrada que invadiu uma casa em General Carneiro, no sul do Paraná.
A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, o corpo de Kimberly Valentina Camargo foi encontrado a cerca de 2,5 quilômetros da residência. Um morador viu o corpo enroscado em galhos nas margens do rio, por volta das 7h30 e acionou as autoridades.
O tenente Daniel Kaneko Leal afirmou que o local onde o corpo foi encontrado foi isolado, e equipes multidisciplinares foram acionadas para prestarem atendimento à família da vítima.
“Estávamos retomando as buscas pela menina agora cedo e quando estávamos chegando no local, um civil nos parou e informou que teria localizado ela, na margem do rio. Fomos até o local e confirmamos. Infelizmente, já sem vida”, disse.
Josiane Zaia Camargo, mãe da criança, conta que a família perdeu todos os pertences após a água invadir a residência, que fica ao lado do Rio Torino em General Carneiro. Porém, para ela, a maior perda foi a da filha Kimberly que sumiu em meio à correnteza e foi encontrada morta.
A empregada doméstica conta que ela, o marido e as três filhas crianças foram dormir por volta das 22h30, quando a chuva estava fraca, e que ela acordou por volta da 1h com a casa já sendo inundada.
“Foi muito rápido; nós estávamos dormindo, eu escutei um barulho e quando olhei a minha cama tinha caído e o berço da ‘nenê’ já estava rodando… Quando fomos correr pra fora [da casa], não conseguimos nem pegar calçados; quando olhei, a parede já tinha levado todas as roupas e guarda-roupa. Perdemos tudo, tudo! […] Só que isso eu não ligo, porque a pior coisa que eu perdi na minha vida foi minha filha“, disse Josiane, em entrevista à RPC.
Josiane conta que, quando a família percebeu que a casa estava sendo danificada pela força da água – que estava na altura da cintura dos adultos -, eles decidiram sair do imóvel para tentarem se salvar.
A mulher e o marido montaram uma “corrente humana” com as filhas de 10, 7 e 2 anos, mas a correnteza levou a menina de 7 anos. O pai se soltou para resgatar a criança e, neste momento, outra onda deixou a mãe e as outras duas filhas submersas.
Josiane conta que conseguiu segurar a filha mais velha pelos cabelos, mas a caçula foi levada pela enxurrada.
“Estava tudo escuro, não tinha solução. Nós tínhamos duas opções: ou ficava lá [dentro da casa] e morria nós cinco, ou tentava salvar um ou dois.