A PRF (Polícia Rodoviária Federal) está testando um novo equipamento nas ações de fiscalização: o ‘sonômetro’, que busca identificar o nível de sonolência dos condutores para saber se estão aptos a dirigir.O equipamento foi desenvolvido no Centro de Estudo Multidisciplinar em Sonolência e Acidentes, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). A primeira experiência com o aparelho ocorreu no feriado de Páscoa, na rodovia Fernão Dias, que liga Belo Horizonte (MG) a São Paulo.A escolha de fazer os testes numa véspera de feriado foi estratégica, já que nesses períodos, muitos condutores alteram a rotina de sono para viajar.O aparelho é uma espécie de balança. Quando o motorista sobe nessa plataforma, ela detecta os movimentos e o equilíbrio da pessoa. As informações são enviadas a um computador e, a partir de parâmetros, um software identifica o nível de fadiga do condutor.Segundo o pesquisador, professor Marco Túlio de Mello, o cansaço prejudica – e muito – quem está na direção. “Se a pessoa está há 19 horas acordada, é como se estivesse bêbada para dirigir um carro. Ela perde atenção, reflexo, concentração e tem o processo decisório afetado. Ele conta que a tecnologia está em desenvolvimento há cerca de 12 anos. A criação foi estimulada pela PRF.Sonômetro é testado pela PRF (foto: Gladyston Rodrigues)Estudos avaliam que a combinação de sono e volante é responsável por milhares de acidentes de trânsito no país a cada ano. Em 2015, segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a trágica mistura foi a causa presumível de 4.056 desastres nas estradas.As primeiras experiências com o sonômetro têm a finalidade de conscientizar os motoristas sobre a importância de pegar a estrada somente se a pessoa estiver bem descansada.Novos testes serão feitos para aperfeiçoar o equipamento. Com isso, futuramente, ele pode ser regulamentado e incorporado nas ações de fiscalização dos órgãos de trânsito.CNT