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A trajetória do prefeito de Major Vieira até a prisão

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Orildo Severgnini estava no auge de sua carreira política quando foi preso.

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A história do prefeito de Major Vieira, Orildo Antônio Severgnini (MDB), que estava no 5º mandato à frente do município – quase 20 anos de Prefeitura – teve um dos seus dias mais dramáticos no último dia 19 de agosto.

Preso preventivamente em 2020 por suspeita de prática de corrupção, fraude à licitação, lavagem de dinheiro e crimes ligados a empresários da construção civil, Severgnini e seu filho, Marcus Vinicius Brasil Servegnini, foram condenados a mais de 40 anos de prisão.

Também terão que pagar cerca de R$ 5 milhões por danos morais coletivos ao município de Major Vieira.

A trajetória política de Orildo Severgnini

Major Vieira é uma pequena cidade no Planalto Norte catarinense, com 8.209 mil habitantes (IGBE 2021). Severgnini, que perdeu a eleição de 2012, voltou ao poder em 2016, vencendo Adilson Lisczkovski (PSDB).

Antes da prisão, Severgnini esteve à frente de diversas entidades, como o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Contestado (CISAMURC), a Associação dos Municípios do Planalto Norte (AMPLANORTE) e a Associação dos Municípios da Região do Contestado (AMURC).

O Consórcio de Desenvolvimento Econômico do Planalto Norte (CODEPLAN) também foi comandado por ele.

Foi vereador entre 1989 e 1992, diretor da Secretaria de Estado da Infraestrutura, curador da Universidade do Contestado e presidente da APAE.

O auge da sua carreira política foi a presidência da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), que caiu no colo de Severgnini em 4 de junho, depois que Saulo Sperotto, prefeito de Caçador, deixou o cargo para concorrer à reeleição.

Ele era o vice-presidente da gestão e ficaria no poder até o fim dos mandatos dos prefeitos, que terminou em dezembro de 2020.

Quando assumiu a presidência da FECAM, em seu discurso, Servegnini destacou que “Nós [prefeitos] enfrentamos o mais desafiador mandato por conta da pandemia e a consequente crise econômica. Ela afetou em cheio os municípios e obrigou os gestores municipais a se reinventarem, a repensarem as ações. Nosso maior desafio agora é sairmos dessa turbulência”.

A prisão preventiva do então prefeito ocorreu em uma manhã de quinta-feira – em 13 de agosto de 2020 – após diligência do Ministério Público de Santa Catarina e da Polícia Civil de Canoinhas, na segunda fase da operação Et Pater Filium.

Após a prisão, Severgnini, renunciou à presidência da FECAM.

Ironicamente, em março de 2020 – cinco meses antes de ser preso – Severgnini participou de um ciclo de capacitação em Florianópolis, promovido pelo Tribunal de Contas do Estado.

O evento tinha como objetivo instruir os prefeitos quanto às obrigações e vedações durante o último ano de mandato, com orientações e debates de temas considerados importantes para a correta aplicação dos recursos públicos.

Para o prefeito, era comum os municípios terem dificuldades no último ano de mandato, dado que a gestão pública é muito dinâmica:

“Nós temos que dar soluções e nem sempre a solução é legal. Pode ser moral, mas às vezes você encontra dificuldade com a lei”, disse Severgnini.

Severgnini ainda elogiou a iniciativa do Tribunal de Contas:

“Chegamos de ouvidos abertos, estamos aqui para ouvir todas as orientações e finalizar da melhor maneira possível a nossa gestão,” comentou na ocasião.

Et pater filium

A expressão em latim Et pater filium – o pai e filho – foi usada na operação, porque estavam associados aos atos duas duplas de pai e filho: empresários, de um lado, e funcionários públicos de outro.

Marcus e Orildo ainda respondem a mais três ações penais decorrentes de outras fases da operação que tramitam tanto na Vara Criminal de Canoinhas quanto no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

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