festival

Vacina brasileira comprova eficácia contra 5 variantes do coronavírus

Avatar photo
A ButanVac será produzida totalmente em solo brasileiro a partir da inoculação em ovos embrionados de galinhas.

Em estudos pré-clínicos, a ButanVac, nova candidata a vacina contra a Covid-19 do Instituto Butantan, demonstrou ser altamente imunogênica e induzir uma produção potente de anticorpos neutralizantes, inclusive contra as variantes alfa, beta e gama do SARS-CoV-2.

As conclusões dos ensaios pré-clínicos foram divulgadas em artigo publicado na revista Nature Communications.

Nesta fase dos estudos, os testes foram realizados em cobaias e costumam anteceder a fase de aplicação em humanos. No artigo, os pesquisadores descrevem a avaliação exaustiva da imunogenicidade e da eficácia protetora da vacina feita em camundongos e hamsters.

A pesquisa descreve os resultados finais do trabalho do consórcio internacional responsável pelo desenvolvimento da tecnologia do imunizante (chamado internacionalmente de NDV-HXP-S), enquanto avançam no Brasil, na Tailândia, no Vietnã e no México os estudos clínicos em humanos do imunizante. 

Assinam o estudo pesquisadores do Butantan, da Escola de Medicina Icahn do Hospital Mount Sinai, em Nova York, da Universidade de Maryland, do PATH Center for Vaccine Innovation and Access, do Instituto de Vacinas e Biologia Médica do Vietnã e da Organização Farmacêutica Governamental da Tailândia.

Foram analisadas duas versões do imunizante: a primeira versão, que será produzida no Butantan, é feita com vírus inativados para administração intramuscular, nos mesmos moldes da vacina da gripe; a segunda versão utiliza vírus vivos, e sua aplicação é via intranasal.

Os elevados níveis de anticorpos neutralizantes permitiram a neutralização das variantes alfa, beta e gama do novo coronavírus. Os estudos com a variante delta, que ainda não havia surgido quando do início dos estudos com animais, estão em fase adiantada.

Sobre a ButanVac

A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do novo coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor é o da doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves.

Daí vem o nome internacional da ButanVac, NDV-HXP-S (Newcastle disease virus – HexaPro – Spike). A tecnologia do imunizante foi desenvolvida por cientistas da Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai, enquanto a proteína S (Spike) estabilizada do SARS-CoV-2 utilizada na vacina com tecnologia HexaPro foi desenvolvida na Universidade do Texas em Austin.

A ButanVac será produzida totalmente em solo brasileiro a partir da inoculação do vetor viral em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe). Além de ser barata e muito disseminada, essa técnica é uma especialidade do Butantan: o instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos.