A Rede Genômica Fiocruz divulgou nesta segunda-feira (14), o surgimento de uma nova variante da Ômicron no Amazonas, que seria responsável pelo recente aumento do número de casos no estado.
De acordo com o pesquisador Tiago Gräf, da Rede Genômica, o Amazonas tem sido um território sentinela de monitoramento da Covid-19.
“O que ocorre no estado tende a se repetir em outras regiões e pode estar acontecendo novamente”. Essa nova variante é chamada de BE.9. A descrição de mais essa variante pela Rede Genômica Fiocruz reforça a importância de os pesquisadores continuarem sequenciando o Sars-CoV-2 e estudando sua evolução.
Na semana passada, a Fiocruz havia identificado a subvariante BQ.1 do coronavírus.
Gräf, que analisou os resultados encontrados pela equipe do virologista Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia, lembra que os casos de Covid-19 no Amazonas estavam em ascensão desde metade de outubro e subiram de uma média móvel de cerca de 230 casos por semana para cerca de 1.000.
Para investigar o que poderia estar causando esse ressurgimento da Covid-19 no estado, a equipe de Naveca sequenciou mais de 200 genomas do Sars-CoV-2 de setembro e outubro e assim identificou a nova variante.
Naveca destaca que um dos fatores que facilita a identificação de novas variantes é que o Amazonas tem a maior cobertura de sequenciamento do Sars-CoV-2 do Brasil, em função do número de casos confirmados, a qual é a medida utilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Naveca explica que as duas subvariantes (BQ.1 e BE.9) compartilham algumas das mesmas mutações, mas que ambas não parecem provocar o aumento do número de casos graves, ao menos até o momento.