AGÊNCIA BRASIL — O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres reafirmou que planejava “descartar”, ou seja, destruir, o rascunho de um decreto presidencial que policiais federais apreenderam em sua casa no dia 10 de janeiro, que foi batizado de “minuta do golpe” por propor a intervenção do governo federal no Tribunal Superior Eleitoral por uma comissão composta por onze pessoas, sendo oito militares.
Alvo de investigação por suspeita de omissão durante o ataque às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, Torres prestou depoimento ontem na Polícia Federal (PF).
Torres, que é também ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, afirmou que a minuta de um decreto com o qual o presidente Jair Bolsonaro poderia estabelecer estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, então, invalidar o resultado das últimas eleições presidenciais, não tinha “viabilidade jurídica” para prosperar.
Anderson Torres disse que não sabe quem redigiu o documento, nem como este chegou às suas mãos. Segundo o policial federal que registrou o depoimento, Torres disse “acreditar” que recebeu a minuta no seu antigo gabinete no Ministério da Justiça e Segurança Pública. E que o levou para casa junto com vários outros documentos vindos de “diversas fontes”.
Ainda em depoimento à PF, Torres diz acreditar que uma funcionária que arruma sua casa colocou a minuta golpista na estante onde ela foi encontrada. Anderson Torres foi preso assim que chegou em Brasília, no dia 14 de janeiro.
DIGITAIS
A Polícia Federal informou que encontrou diversas digitais na minuta apreendida na residência do ex-ministro da Justiça.A equipe da PF está agora usando um sistema de identificação de digitais para checar a quem elas pertencem e, com isso, avançar nas investigações.
Segundo um investigador, a perícia da PF detectou “fragmentos de digitais de diversas pessoas” que manusearam o documento.
FEITA POR TIRIRICA
A defesa de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF, ironizou a minuta do golpe por erros de português.
“Possivelmente foi feita pelo Tiririca. Tem mais de 50 erros de português. Aquilo é uma presepada que alguém deixou no Ministério da Justiça e ele levou para casa e ficou por lá. Ele não lembra quem entregou porque não recebe documentos diretamente”.
Advogado Demóstenes Torres em conversa com jornalistas






























