Um jovem de 18 anos, que foi preso em flagrante após agredir um médico a marteladas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Irati (PR), vai sair da cadeia após decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
A Justiça aceitou o pedido da defesa e determinou nesta sexta-feira (17) que o jovem, réu por tentativa de homicídio qualificado, deixe a prisão e passe a ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
A decisão é do desembargador substituto Benjamim Acácio de Moura e Costa. O caso aconteceu no mês passado, após exame pré-natal realizado pela companheira do réu. O médico, de 57 anos, sofreu um corte e um hematoma na cabeça.
A cena foi filmada por uma pessoa que estava no local. Nas imagens, é possível ver que o médico abre a porta do consultório e o suspeito, que estava na sala de espera, tira um martelo do bolso do moletom e ataca o profissional.
O delegado Diego Troncha, responsável pelo caso, afirma que o jovem estava acompanhando a namorada, de 16 anos, em uma consulta de pré-natal na parte da manhã.
“Eles ficaram descontentes com o atendimento, por acharem que o médico, de 57 anos, havia abusado sexualmente da paciente, quando abaixou um pouco a calça dela para realizar o exame. Nesse momento, o autor, que estava dentro do consultório, interveio, dizendo que não era para fazer aquilo”, relata Troncha.
Segundo a investigação, o médico chamou uma enfermeira para explicar como é feito o exame. O casal foi embora, mas voltou depois.
“Eles bateram na porta do consultório e, quando o médico abriu, o autor passou a golpeá-lo na cabeça com um martelo, sendo impedido por funcionárias que trabalham no posto de saúde. Após o ocorrido, os dois fugiram do local, abandonando o martelo na rodoviária de Irati”, afirma o delegado.
O jovem estava na cadeia desde que foi preso em flagrante, dias depois a prisão foi convertida em preventiva. Ele responde por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil.
O desembargador destacou que a prisão sem que haja condenação é uma medida extrema e deve ser exceção. Além disso, o magistrado entendeu que a liberdade do réu não colocaria em risco a ordem pública nem o processo.
O advogado de defesa, Jeffrey Chiquini, argumentou que o ato foi um “fato isolado” na vida do jovem.
“Em momento algum a defesa diminuiu ou diminuirá a gravidade do ocorrido, mas buscamos a correta aplicação da lei e defenderemos responsabilização proporcional, combatendo excessos acusatório e injustiças”, disse.