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Solidão de ano-novo: ninguém é obrigado a se sentir feliz

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A alegria é em si também triste, e talvez ser feliz não seja mais do que a mera aceitação da felicidade possível, que inclui a saudade, a tristeza, a dor, e, claro, a alegria.

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O fim do ano é um momento de reflexão, em que as pessoas costumam fazer uma lista de metas para o ano seguinte. No entanto, nem sempre é possível realizar tudo o que se planejou. Isso pode gerar sentimentos de tristeza, frustração e ansiedade.

Além disso, o fim do ano é também um momento em que a mídia e as redes sociais bombardeiam as pessoas com imagens de felicidade. Isso pode gerar um sentimento de culpa nas pessoas que não estão vivendo uma vida “perfeita”. O fato é que para muitos de nós a realidade é bem diferente desta imagem idealizada.

Para quem já perdeu alguém querido, o fim do ano pode ser um momento ainda mais difícil. A passagem do ano marca a saudade e a falta da pessoa que se foi.

E a perda não precisa ser só por morte. Amigos, amores, pessoas que estavam, estariam e não mais estarão. O desemprego, a falta de dinheiro, e a expectativa de que os problemas continuarão após a virada do ano também nos causam extrema tristeza e ansiedade.

Parece que nós sofremos mais entre o Natal e o ano-novo justamente porque é tempo de ser feliz. E sentir-se triste — tão legítimo — parece estar errado agora. Mas não é.

Para começar nem todas as pessoas têm família (ou a têm por perto). Há também o fato de que, apesar do esforço da publicidade em nos vender esta maneira como sendo a única adequada de comemorar as festas, a verdade é que nem todo mundo deseja passar a noite do révellion com a família. Por fim é preciso reconhecer que, com ou sem família, esta pode ser época mais difícil e solitária do ano para algumas pessoas.

Talvez por isso as pessoas se juntem: não só para celebrar, mas também para deixar calada, quieta no fundo do som do tilintar dos copos, dos fogos de artifício, essa dor: mais um ano se passou, é bonito que estejamos vivos, mas também é triste.

Contudo, minha voz se junta à dos que entoam “Adeus, ano velho”.

Feliz ano novo, que todos os seus desejos se realizem. Afinal, a alegria, em si, é também triste, e talvez ser feliz seja simplesmente aceitar a felicidade possível, que abraça a saudade, a tristeza, a dor e, claro, a alegria.

Se permita desfrutar das festas da maneira que mais alimenta a sua alma. E aproveite este período para refletir sobre tudo de bom que este ano lhe trouxe e se preparar para todas as coisas boas que o próximo ano lhe trará.

Muito obrigada a todos. E até o ano que vem!

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