Apoiadores de Bolsonaro realizam ato em SP em meio a polêmicas investigações

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Apoiadores do ex-presidente estão reunidos na Avenida Paulista, onde acontece ato convocado como um evento para defender a democracia.

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Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reúnem neste domingo (25) na Avenida Paulista em um ato que visa expressar apoio ao líder político, atualmente sob investigação da Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de Estado.

Jair Bolsonaro chegou ao local de carro, acompanhado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tarcísio também fez elogios ao governo de Bolsonaro e disse que o público “estava com saudade de vestir o verde e amarelo.” O ex-presidente subiu ao trio exibindo a bandeira de Israel.

Apoiadores de Jair Bolsonaro ocupam trecho da Avenida Paulista em manifestação convocada pelo ex-presidente para este domingo (25). — Reprodução

Também participam do ato a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que fez um discurso de motivação religiosa, os governadores de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), além de parlamentares aliados e do pastor Silas Malafaia.

O ato começou oficialmente às 14h, mas desde o início da manhã a avenida, um dos cartões postais da capital paulista, já registrava movimentação intensa. Por volta das 16h, o evento já ocupava seis quarteirões e meio da avenida, demonstrando a expressiva presença de apoiadores. A Polícia Militar mobilizou cerca de 2 mil homens para garantir a segurança na região. De acordo com os organizadores, cerca de 700 mil pessoas compareceram à manifestação.

A principal atração é o discurso de Jair Bolsonaro, que acontece em um carro de som estacionado próximo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

O ex-presidente afirmou que busca “pacificação” e passar uma “borracha no passado”. Bolsonaro pontuou que está sendo perseguido e negou que houve tentativa de golpe.

Saí do Brasil e essa perseguição não terminou. É joia, é questão de importunação da baleia, dinheiro que teria mandado para fora, é tanta coisa que eles até mesmo acabam trabalhando contra si”, listou.

O que é golpe? É arma, tanque na rua, conspiração, trazer classe política para seu lado, empresariais. Nada disso foi feito no Brasil. Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de Estado de Defesa. Golpe? Usando a constituição? Tenham santa paciência”, adicionou.

O ex-presidente também comentou a adesão de manifestantes no ato: “Vocês nos trazem esperança, energia, garra, certeza que temos como vencer. Nós não queremos um socialismo para o Brasil e não podemos admitir um comunismo em nosso meio. Não queremos ideologia de gênero e queremos respeito à propriedade privada. Queremos direito à defesa da própria vida, respeito à vida desde a concepção, não queremos a liberação das drogas,” disse.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, alvo de operação da PF na investigação sobre a tentativa de golpe e preso em flagrante no dia 8 por estar com uma arma irregular e com uma pepita de ouro, discursou mais cedo no carro de som e disse que, graças aos eleitores de Bolsonaro, o PL se tornou o “maior partido do Brasil”.

Devido às investigações, Bolsonaro e Valdemar não podem manter contato, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

Inelegível

Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram duas condenações:

  • a primeira pelos ataques sem provas ao sistema eleitoral durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho de 2022;
  • A segunda, por abuso de poder político e econômico durante as celebrações dos 200 anos da independência.