Em decisão proferida na tarde desta sexta-feira (24) pelo juízo da 2ª Vara Criminal da comarca de Blumenau, foi designada sessão de Tribunal do Júri para o homem apontado como autor do ataque a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, em crime registrado no dia 5 de abril de 2023, onde quatro crianças foram mortas.
O julgamento ocorrerá no salão do Tribunal do Júri da comarca no próximo dia 29 de agosto, com início previsto para as 8h.
Outra etapa importante para a realização do julgamento é o sorteio dos jurados, que ocorrerá em 15 de julho. Serão sorteadas 25 pessoas, além de 15 suplentes.
No dia do júri, antes do início da sessão, haverá um novo sorteio para definir o Conselho de Sentença, composto de sete jurados.
O réu foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina por quatro homicídios qualificados e cinco tentativas de homicídio qualificado. As qualificadoras que serão analisadas durante o julgamento no Tribunal do Júri são motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e crime contra menores de 14 anos.
Por conta da presença de menores nos autos, o processo tramita sob sigilo.
‘Ele era normal até começar usar e vender drogas’, diz mãe do autor de ataque a creche
O delegado Ronnie Esteves, responsável pela investigação, contou que durante o registro do auto de prisão em flagrante, em momento algum o investigado se recusou a dar informações. Ele estava frio, contou como fez, disse que não se arrependia [do crime] e que faria de novo.” “É uma pessoa que não tem nenhuma condição de viver em sociedade. Nenhuma punição será suficiente para reparar o que ele fez”.
“No depoimento, a mãe disse que ele era uma pessoa, calma, normal, até começar a usar drogas e vender drogas para sustentar o vício. Ela só se deu conta de que ele estava usando drogas quando percebeu alteração no comportamento do filho”, diz Esteves.
Segundo a mãe, o comportamento começou a mudar quando ele passou a usar cocaína. “Um determinado dia a mãe chega em casa, o filho estava sentado e recebe a mãe com um questionamento, dizendo que havia um barulho no forro do quarto. A mãe, sem entender, disse ‘vamos lá, ver o que é’. Dentro do quarto, o filho pergunta: tá ouvindo”? E a mãe não estava ouvindo nada. Foi aí que ela começou a perceber que o filho estava diferente”, relatou o delegado.
“Em outra ocasião, o filho correu até o quarto da mãe, possivelmente alucinado, dizendo que estava sendo perseguido. No outro dia, afirmou que o padrasto entrou no seu quarto e implantou um chip no seu olho, para monitorá-lo”.