Mãe e padrasto que mataram menina de 3 anos, vão enfrentar o Tribunal do Júri

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A criança foi espancada até a morte pela mãe e padrasto, depois colocada em uma mala e levada para um mata fechada, onde foi enterrada em um cova rasa.

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O casal que matou a menina Isabelly de Freitas, de apenas 3 anos, por meio de sequência de crueldades, chocou o país e vai enfrentar o Tribunal do Júri. A mãe, Daniela Blum, e o padrasto da criança, Marcelo Luciano, foram denunciados pela prática de homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, com o agravante do crime ter sido cometido contra menor de 14 anos e por serem parentes da menina.

Eles também foram denunciados pelos crimes de ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime. 

No dia 15 deste mês, os réus foram pronunciados pela Justiça, ou seja, as acusações de crime contra a vida contidas na denúncia do Ministério Público foram julgadas admissíveis e a ação penal foi encaminhada para ser julgada pelo Tribunal do Júri.

Mãe e padrasto chegararam a implorar por quem tivesse notícias da menina – Foto: Rádio Ponte FM/ Reprodução/Canoinhas Online

Conforme os autos do processo, no dia 04 de março, por volta de 11 horas, a mãe e o padrasto teriam matado a menina de apenas três anos, na residência onde a família morava, no bairro Rio Morto, em Indaial.

Pouco mais de quatro horas depois do crime, o casal teria transportado o corpo da criança em uma mala, e enterrando-o em uma cova rasa, num local de mata fechada, no bairro João Paulo II, também em Indaial. A finalidade era ocultar o cadáver.  

No mesmo dia do crime, a mãe e o padrasto noticiaram falsamente o desaparecimento da criança à Polícia Militar, que gerou um boletim de ocorrência. Em entrevista para mídias locais, a mulher, em meio a lágrimas, contava sobre o susposto sequestro da filha.

Os policiais teriam entrado em contato com a mãe, a qual teria informado que, na tarde do dia do crime, deu falta de sua filha de três anos. Foram efetuadas buscas nas proximidades, sem sucesso. Após ouvir testemunhas e os investigados, a Polícia Civil teria identificado que a história do desaparecimento seria mera estratégia do casal. 

Em uma rede social, na época da prisão, o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, informou que mãe e padrasto, ouvidos na delegacia, confessaram o crime. “Morreu de tanto apanhar”, escreveu.

A prisão do casal foi requerida pela Polícia Civil, e dois dias após o crime foi decretada a prisão preventiva. O MPSC também requereu, na mesma data, medidas protetivas ao irmão da vítima. 

Em 10 de abril, o MPSC ofereceu denúncia contra a mãe e o padrasto. O crime teria ocorrido porque, supostamente, o casal teria reagido de forma violenta ao fato de a menina não querer comer e ter indicado que iria chorar.

A mãe e o padrasto teriam passado a agredi-la, desferindo golpes por todo o corpo dela, com maior concentração na região da cabeça, o que provocou a morte da criança por traumatismo cranioencefálico, segundo o laudo pericial. 

A prisão preventiva dos acusados foi mantida na sentença de pronúncia. A decisão é passível de recurso.