Treze homens e quatro mulheres envolvidos no mega-assalto ao Banco do Brasil em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, em 2020, foram condenadas nesta quarta-feira (27), a penas que, somadas, passam dos 504 anos de prisão. Os criminosos levaram R$ 125 milhões e as autoridades consideram este roubo como o maior da história do estado.
O crime, que ocorreu na modalidade criminosa chamada de “novo cangaço”, quando os assaltantes tomam o controle de pequenas cidades, completará 4 anos no sábado (30).
Um policial militar foi baleado e gravemente ferido. Além disso, o prédio da corporação foi alvejado e atacado pelos indivíduos, com utilização de automóveis incendiados, o que impossibilitou uma pronta reação e o trabalho dos policiais naquela mesma madrugada.
Das penas
Um dos réus foi condenado a 50 anos e dois meses de reclusão, em regime fechado, e 10 meses de detenção. Outros quatro réus a penas individuais que variam de 41 anos e 11 meses de reclusão e 11 meses de detenção a 43 anos e sete meses de reclusão e um ano de detenção.
Um grupo de seis acusados teve penas fixadas entre 36 anos e quatro meses de reclusão e 10 meses de detenção e 38 anos e quatro meses de reclusão e 10 meses de detenção. Outros seis foram condenados a 9 anos de reclusão. A Justiça negou a 10 réus o direito de recorrer da sentença em liberdade. O processo tramita em segredo de justiça.
Ataque
Na noite do crime, por volta das 23h50, cerca de 30 homens com armas de grosso calibre cercaram a área central da cidade, onde fica o banco, provocaram incêndios, bloquearam ruas e acessos e atiraram várias vezes.
Vídeos que começaram a circular por volta da meia-noite nas redes sociais mostram que garis foram feitos reféns e várias pessoas foram abordadas nas ruas pelos criminosos, que estavam fortemente armados e em vários pontos da cidade.
Quando os criminosos fugiram, parte do dinheiro ficou espalhado nas ruas, além de 30 quilos de exploxivos. Populares recolheram as cédulas que ficaram espalhadas na via pública.
Na fuga houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia e os criminosos conseguiram fugir com carros.
Desde o crime, a investigação esteve em sigilo e foram abertos dois inquéritos criminais. Os envolvidos com a organização foram denunciados, e após isso, os réus responderam por roubo qualificado com o resultado de lesão corporal grave, incêndio e dano qualificado.
Um inquérito civil também foi aberto para questionar a falta de confronto entre as forças de segurança com a quadrilha, mas o caso foi arquivado em 2021.