fesmate

telemedicina

Governo limita crescimento do salário mínimo e isenta IR para quem ganha até R$ 5 mil

Avatar photo
Medidas fazem parte do pacote de corte de gastos anunciado pelo ministro Fernando Haddad, e devem gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira (27) um pacote que prevê o corte de gastos de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026. As medidas foram divulgadas em pronunciamento oficial na cadeia de rádio e televisão.

Entre as ações, estão uma limitação para o crescimento do salário mínimo, restrição para o abono salarial e um aumento nos impostos dos chamados super-ricos (veja todas as mudanças mais abaixo).

No pronunciamento, Haddad também lembrou o contexto global e o impacto dele na economia brasileira. “Sabemos que persistem grandes desafios. Diante do cenário externo, com conflitos armados e guerras comerciais, precisamos cuidar ainda mais da nossa casa”, disse.

“É por isso que estamos adotando as medidas necessárias para proteger a nossa economia. Com isso, garantiremos estabilidade e eficiência e asseguraremos que os avanços conquistados sejam protegidos e ampliados”.

Veja todas as medidas anunciadas:

Salário mínimo e abono

As medidas incluem a limitação da política de valorização do salário mínimo do governo. Sem dar mais detalhes, o ministro disse que o mínimo vai continuar crescendo acima da inflação, mas “de forma sustentável e dentro da nova regra fiscal”. “O mínimo sofrerá mudanças para se adaptar ao teto de crescimento de gastos do arcabouço fiscal, que limita a expansão dos gastos públicos”, disse Haddad.

Atualmente, o salário mínimo é corrigido pela inflação do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Com a mudança, haverá um teto que limitará o crescimento do PIB a 2,5% acima da inflação.

O pacote de corte de gastos também vai limitar a faixa de quem ter direito ao abono salarial, que é uma espécie de 14º salário. Hoje, recebe o abono o trabalhador que ganha até dois salários mínimos por mês, ou seja, até R$ 2.824.

A proposta é reduzir essa faixa para até R$ 2.640. “Esse valor será corrigido pela inflação nos próximos anos e se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio”, disse Haddad.

Isenção no Imposto de Renda

Além do pacote de corte, o governo também propõe isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês. Atualmente, o limite de isenção é de R$ 2.824 (até dois salários mínimos).

Para compensar a isenção, o governo pretende aumentar o imposto para os chamados “super-ricos”. A proposta é taxar quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês. “Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados.”

As medidas dependem de aprovação pelo Congresso Nacional e, por isso, foram apresentadas aos presidentes Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado) em reunião nesta quarta-feira (27), com Haddad e Lula.

Haddad anunciou ainda mudanças na aposentadoria de militares, que ficaram de fora da última reforma da Previdência.

“Para as aposentadorias militares, nós vamos promover mais igualdade, com a instituição de uma idade mínima para a reserva e a limitação de transferência de pensões, além de outros ajustes. São mudanças justas e necessárias”, declarou.

Uma coletiva de imprensa com o detalhamento das ações do governo será realizada nesta quinta-feira (28).

Notícia Anterior

HOMEM BOMBA
Corpo de catarinense, autor de atentado ao STF, ainda está no IML em Brasília

Próxima Notícia

JUSTIÇA
Técnico de enfermagem que abusou de paciente em hospital de Curitiba é denunciado por estupro

VOCÊ VIU?