O final do ano é um período repleto de celebrações, encontros com familiares e amigos, e a expectativa de um novo começo. No entanto, para muitas pessoas, dezembro também é sinônimo de dezembrite, um termo que descreve a sensação de angústia, ansiedade e pressão que acompanha essa época do ano.
As luzes de Natal, para algumas pessoas, despertam sentimentos nem sempre positivos. Passar o Natal e o Ano Novo sem a presença de familiares que já se foram também pode ser difícil.
Em um mês onde, naturalmente, já existe uma cobrança velada de que precisamos ser felizes a todo momento, sorrir sempre, estar de bem com a vida com todos, saboreando o espírito natalino sem direito a demonstrar tristeza, ressentimentos ou dor, certamente a tendência a depressão virá com força maior, metendo o pé na porta e escancarando o desconforto emocional.
Mas nem tudo está perdido. Dê menos importância para falas inconvenientes em ambientes familiares e não finja grande felicidade. Seja você! Em vez de sucumbir ao estresse da dezembrite, lembre-se de que o fim do ano também é uma oportunidade de reconexão consigo mesmo, com os outros e com aquilo que realmente importa.
Se você perdeu alguém próximo recentemente, reconheça seus sentimentos. Permita-se sentir tristeza, saudade ou o desejo de se isolar, mas também não se sinta culpado por momentos de felicidade em meio à tristeza.
O que é a Dezembrite?
A dezembrite não é uma condição clínica, mas um termo que reflete o impacto emocional e psicológico das atividades concentradas em dezembro. As causas são múltiplas:
Pressão por perfeição: A necessidade de ter um Natal “perfeito”, com a casa decorada, a ceia impecável e presentes para todos, pode gerar uma grande carga de estresse.
Comparação com os outros: As redes sociais, repletas de fotos e vídeos de momentos felizes, podem intensificar a sensação de que a própria vida não está tão boa quanto a dos outros.
Balanço do ano: O final do ano é um momento de reflexão sobre as metas alcançadas e as que ficaram para trás, o que pode gerar frustração e arrependimento.
Preparativos de Festas: Para muitos, organizar celebrações como o Natal e o Ano Novo envolve uma carga significativa de trabalho e expectativa.
Fatores Financeiros: O gasto com presentes, viagens e celebrações pode se tornar um motivo de preocupação. Pior ainda se a grana estiver curta.
Tristeza por ter perdido alguém querido: O período de luto, nesta época do ano, pode agravar a sensação de angústia. É difícil sorrir e participar das festividades quando sentimos muita falta de alguém que deixou esta vida.
Os Sintomas da Dezembrite
Embora varie de pessoa para pessoa, os sintomas mais comuns incluem:
- Insônia, devido à mente acelerada com pensamentos e preocupações.
- Fadiga constante e sensação de cansaço mental.
- Irritabilidade e falta de paciência.
- Ansiedade e dificuldade de concentração.
Nessa época do ano, todos passamos por um ritual de transição, entre um ano que se foi e outro que vai começar. Então é comum sentir angústia e nostalgia e, ao mesmo tempo, entusiasmo com tudo o que está por vir. É o paradoxo do ano novo, porque você morre por um lado, e renasce por outro.
Há alguma formas de lidar com os sintomas e sentimentos da “Dezembrite”:
- Pensar que as mudanças são possíveis.
- Se perdoar sobre as coisas que não foram feitas ou que não saíram da forma como era desejado.
- Entender que o próximo ano é uma oportunidade de fazer aquilo que não foi feito até agora.
- Não tente encobrir a dor da ausência de um ente querido. Compartilhar a dor e falar sobre o que sentimos por dentro nos ajudará, porque saberemos que somos compreendidos.
- Incline-se sobre sua família para superar a perda. A solidão não é uma boa companheira quando leva ao desespero. Não se feche daqueles ao seu redor. Na hora do brinde de Natal, nomeie aqueles que não estão mais conosco.
- Parabenizar-se e valorizar as metas que conseguiu cumprir.
- Lembrar que não vivemos no passado nem no futuro. Vivemos no que podemos controlar, que é o presente.
Lembrar que a vida não é sobre conseguir completar tudo, mas conseguir fazer da melhor forma o que é possível fazer.