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Hino de Santa Catarina pode ganhar nova letra e melodia após 129 anos

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Deputados querem “modernizar/atualizar” o Hino centenário. O hino de Santa Catarina foi introduzido em 1892 e sancionado em setembro de 1895, durante o governo de Hercílio Luz.

O Plenário da Assembleia Legislativa admitiu, na tarde desta quarta-feira (11), a tramitação de quatro propostas de emenda à Constituição (PECs), todas de autoria parlamentar. Entre elas, está a que trata da realização de um concurso para alterar a letra e a canção do Hino do Estado de Santa Catarina.

A PEC do deputado Ivan Naatz (PL), acrescenta um artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado de Santa Catarina para autorizar a realização de um concurso pela Alesc para a seleção de uma nova letra e música para o Hino do Estado. O parlamentar argumenta que o atual hino, não tem identidade com o povo catarinense. Veja abaixo a letra do hino.

O hino de Santa Catarina foi introduzido em 1892 e sancionado por Lei Estadual em 6 de setembro de 1895, durante o governo de Hercílio Luz. A letra é de Horácio Nunes Pires e música de José Brazilício de Souza, e traz mensagens abolicionistas, condizentes com a época. É o único hino no país a fazer referência ao período histórico.

O argumento do deputado Naatz para promover a mudança no hino é de que o atual está ultrapassado, e não representa os valores contemporâneos da sociedade catarinense.

“O nosso hino precisa de uma alteração. Ele não representa mais a história do nosso Estado. Um hino que foi ‘construído‘ no século passado, onde não se ‘preveu‘ (sic) absolutamente nenhuma relação de Santa Catarina com seu povo”, argumentou Naatz quando apresentou o projeto.

Por se tratar de uma PEC, se a proposta for aprovada dependerá apenas de promulgação pela presidência do Legislativo.

HINO DE SANTA CATARINA

O hino reflete as expectativas que permeavam a sociedade catarinense nos primeiros anos da República. A referência direta ao fim da escravidão e a perspectiva de igualdade entre os cidadãos dá o tom da letra, atenta às inquietações do povo diante do fim da monarquia e da experiência de cidadania em um regime republicano.

Sagremos num hino de estrelas e flores
Num canto sublime de glórias e luz,
As festas que os livres frementes de ardores,
Celebram nas terras gigantes da cruz.

Quebram-se férreas cadeias,
Rojam algemas no chão;
Do povo nas epopéias
Fulge a luz da redenção.

No céu peregrino da Pátria gigante
Que é berço de glórias e berço de heróis
Levanta-se em ondas de luz deslumbrante,
O sol, Liberdade cercada de sóis.

Pela força do Direito
Pela força da razão,
Cai por terra o preconceito
Levanta-se uma Nação

Não mais diferenças de sangues e raças
Não mais regalias sem termos fatais,
A força está toda do povo nas massas,
Irmãos somos todos e todos iguais.

Da liberdade adorada.
No deslumbrante clarão
Banha o povo a fronte ousada
E avigora o coração.

O povo que é grande mas não vingativo
Que nunca a justiça e o Direito calcou,
Com flores e festas deu vida ao cativo,
Com festas e flores o trono esmagou.

Quebrou-se a algema do escravo
E nesta grande Nação
É cada homem um bravo
Cada bravo um cidadão.

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