A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) quer descobrir quem criou e compartilhou nas redes sociais conteúdo relacionado ao chamado “desafio do desodorante“ na rede social Tik Tok, que, segundo a família, causou a morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, em Ceilândia. A menina foi sepultada na tarde desta segunda-feira (14).
Sarah estava internada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) desde a última quinta-feira (10) e morreu no domingo (13). Segundo a Polícia Civil, a garota foi encontrada em sua casa, desmaiada, segurando um frasco de desodorante aerossol.
Segundo uma tia, Sarah Raissa perdeu a vida após participar de um desafio na internet, que consiste em inalar desodorante spray pelo máximo de tempo. O “jogo” normalmente é proposto por pessoas que incentivam crianças e adolescentes a gravar imagens enquanto aceitam o desafio. Os vídeos somam milhares de visualizações.
“O episódio resultou em uma parada cardiorrespiratória, sendo a vítima reanimada após cerca de 60 minutos, porém sem apresentar reflexos neurológicos, o que culminou na constatação de morte cerebral”, detalhou a Polícia Civil, explicando que parentes de Brenda a levaram às pressas ao hospital.
Com a instauração do inquérito policial, a Polícia do Distrito Federal vai tentar esclarecer se e como Sarah teve acesso à divulgação do desafio e identificar os eventuais responsáveis por sua publicação.
“Os envolvidos poderão responder por homicídio duplamente qualificado (por emprego de meio capaz de causar perigo comum e por se tratar de vítima menor de 14 anos), crime cuja pena pode chegar a 30 anos de reclusão”, acrescentou a Polícia Civil, na mesma nota.
Segundo caso
A morte de Sarah é a segunda de uma criança brasileira associada à divulgação do chamado Desafio do Desodorante em apenas um mês. Em 9 de março, Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, faleceu no Hospital Municipal Dr. Miguel Arraes, em Bom Jardim (PE), a cerca de 100 quilômetros de Recife.

Segundo a prefeitura de Bom Jardim, a mãe de Brenda encontrou a filha quase desfalecida e a levou às pressas para o hospital. No trajeto, a menina sofreu uma parada cardiorrespiratória e desmaiou. Já na unidade de saúde, profissionais a submeteram ao protocolo de animação por quase 40 minutos, mas Brenda não resistiu.
De acordo com a prefeitura de Bom Jardim, parentes de Brenda afirmaram que a menina tinha o hábito de inalar desodorante, tendo sido advertida várias vezes.
A prefeitura ainda alertou para a importância dos responsáveis orientarem as crianças sobre os riscos do uso inadequado de substâncias químicas e produtos domésticos, “bem como sobre os perigos relacionados ao uso de smartphones, internet e redes sociais, especialmente em desafios virtuais que podem comprometer a saúde e a vida dos jovens.”