A Polícia Civil de Santa Catarina, através da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Joinville, finalizou a investigação sobre a morte de um menino de 3 anos, ocorrida em setembro de 2024. O inquérito policial apontou para a exclusão da responsabilidade criminal da mãe da criança.
De acordo com as apurações, a criança foi involuntariamente esquecida dentro do carro da genitora, que estava estacionado em uma associação recreativa na zona sul da cidade.
O menino permaneceu no veículo por aproximadamente dez horas, vindo a falecer em decorrência de hipertermia, caracterizada pela elevação extrema da temperatura corporal central – quando a temperatura dos órgãos internos se eleva acima de 40°C.
Laudos técnicos e depoimentos de testemunhas revelaram que a mãe acreditava ter deixado o filho na escola pela manhã.
A ausência da criança só foi notada quando a mulher retornou ao suposto local para buscá-lo ao final do dia, sendo então surpreendida pela trágica constatação.
O relatório final da DPCAMI enfatiza que a conduta da mãe não configura crime culposo, uma vez que o resultado fatal não era previsível.
A investigação reconheceu a ocorrência da chamada “Síndrome da Criança Esquecida no Carro”, um fenômeno neurológico que pode afetar qualquer indivíduo, especialmente sob condições de estresse ou mudanças na rotina habitual.
“Considerando a ausência do elemento da previsibilidade, que é fundamental para a caracterização da culpa, a conclusão é de que a conduta é atípica sob a perspectiva penal. Por essa razão, não houve o indiciamento da genitora”, explicou o delegado Luis Enrique Carvalho, responsável pela condução do caso.
Com a conclusão do inquérito policial, o procedimento foi encaminhado ao Ministério Público para análise e eventuais providências.
A tragédia serve como um doloroso alerta para os perigos de distrações e a importância de redobrar a atenção com crianças, especialmente em ambientes veiculares.
Infelizmente, ontem (25), em Videira, no Oeste catarinense, um menino de 3 anos morreu após também ser deixado dentro do carro, por 10 horas, pela companheira da mãe, que esqueceu que tinha que levá-lo à creche.