Na última semana, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou um rapaz de 25 anos por um homicídio e duas tentativas de homicídio ocorridas na noite de 19 de março de 2025, no Distrito de São Cristóvão, em Três Barras.
De acordo com a denúncia apresentada pela 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Canoinhas, os crimes foram premeditados e executados com requintes de crueldade.
Segundo a ação penal pública, o acusado teria consumido bebidas alcoólicas e, possivelmente, entorpecentes antes de dirigir seu veículo em alta velocidade por vias movimentadas da cidade, próximas a escolas e academias. Ele teria utilizado o carro como arma para atropelar três mulheres.

A primeira vítima foi a professora Marli Lother, de 53 anos, que trafegava de bicicleta pela avenida Abrahão Mussi. O atropelamento ocorreu por volta das 21h46. A violência do impacto causou múltiplas fraturas e lesões internas, levando Marli à morte.
Testemunhas afirmam que o réu retornou à cena do crime e chegou a comemorar o ato diante das pessoas presentes.
Poucos minutos depois, por volta das 21h57, o acusado teria tentado matar uma adolescente de 17 anos que empurrava sua bicicleta na rua Rita de Cássia Dobrochinski. A jovem sofreu diversas lesões, mas conseguiu evitar ferimentos mais graves ao subir na calçada ao perceber a aproximação do veículo.
A terceira vítima, também de 17 anos, foi atingida por volta das 22h30, na rua Guilherme João Baukat. Ela retornava da escola quando foi atropelada.
Apesar da gravidade do impacto — que chegou a arrancar o retrovisor do carro — a adolescente sobreviveu.
O MPSC ofereceu denúncia por homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio qualificado, com agravantes de motivo fútil, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e perigo comum. Todos os crimes são considerados hediondos.
A Promotoria também solicita a fixação de indenizações por danos morais, patrimoniais e estéticos às vítimas e requer que o caso seja julgado pelo Tribunal do Júri. O processo já foi aceito pela Justiça.
Prisão
O motorista acusado de atropelar intencionalmente e matar Marli Lother, foi preso preventivamente no dia 2 de abril. Ele havia sido preso em flagrante no dia do crime, mas colocado em liberdade provisória após audiência de custódia.
As investigações, no entanto, continuaram. Segundo o delegado Darci Nadal Junior, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas, análises de câmeras de segurança e de depoimentos de testemunhas apontaram “indícios concretos de que a ação foi dolosa (quando há intenção)”.