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Uso de cannabis pode causar mais danos ao coração e ao cérebro do que a cocaína, aponta estudo

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Vários estudos descobriram maiores chances de infarto agudo do miocárdio, comumente conhecido como ataque cardíaco.

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Nos últimos anos, o uso recreativo da cannabis se tornou cada vez mais comum em diversas partes do mundo. Com a legalização da maconha em vários países e estados, muitos passaram a considerá-la uma substância inofensiva ou até mesmo terapêutica. No entanto, uma nova e importante revisão científica vem acendendo um alerta sobre os riscos reais do consumo da droga, especialmente em relação à saúde cardiovascular e cerebral.

Segundo essa revisão e estudos recentes, o uso de cannabis pode estar associado a um risco significativamente maior de infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco) e de acidente vascular cerebral (AVC) do que outras drogas consideradas mais perigosas, como a cocaína.

Um estudo francês recente sugeriu que a maconha, embora socialmente mais aceita, pode representar um risco cardiovascular ainda mais elevado.

Além disso, uma pesquisa canadense apontou que idosos que foram hospitalizados por problemas relacionados ao uso de cannabis apresentam maior probabilidade de desenvolver demência posteriormente.

Esses dados indicam que o impacto da maconha vai além de efeitos imediatos e pode afetar a saúde mental e neurológica no longo prazo.

O Dr. Daniel Amen, psiquiatra e fundador das clínicas Amen nos Estados Unidos, é um dos especialistas que mais tem alertado sobre os danos cerebrais associados ao consumo da cannabis.

Em entrevista à Fox News Digital, Amen afirmou que décadas de estudos com imagens cerebrais mostram que usuários de maconha apresentam fluxo sanguíneo reduzido no cérebro — um indicador ligado ao envelhecimento cerebral precoce e ao aumento do risco de doenças neurodegenerativas.

  • “Fomos enganados ao acreditar que a maconha é inofensiva, que é um bom remédio”, afirmou Amen. Ele reconhece que, em alguns casos específicos, o uso medicinal da cannabis pode ser útil, mas alerta que, para adolescentes e jovens adultos, os riscos superam os benefícios. “Adolescentes que usam cannabis têm maior incidência de ansiedade, depressão, suicídio e até psicose”, alertou.

O especialista também comparou os danos pulmonares causados por usuários de cigarro e de maconha, concluindo que os fumantes de cannabis, muitas vezes, sofrem mais com prejuízos à função pulmonar.

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Um fenômeno que tem preocupado Amen é o aumento de pais que fumam maconha junto com seus filhos adolescentes ou jovens adultos, normalizando o uso da substância. “Isso só mostra que estamos indo na direção errada”, disse.

Ele destaca ainda os efeitos colaterais cada vez mais frequentes que têm levado usuários ao pronto-socorro, como episódios de psicose, vômitos intensos e acidentes de trânsito.

Embora muitos argumentem que o álcool é mais prejudicial à saúde do que a maconha, Amen contesta essa comparação simplista. “Nenhum dos dois é bom para você. Por que alguém escolheria consumir algo que envelhece o cérebro mais rapidamente?”, questiona.

Outro ponto levantado é o impacto do uso de cannabis no desenvolvimento do cérebro jovem. Segundo o especialista, o cérebro humano só atinge a maturidade plena por volta dos 25 ou 26 anos.

O uso precoce de drogas como maconha, álcool e outras substâncias pode interromper esse processo natural, resultando em prejuízos permanentes. “Se você machucar o cérebro cedo, ele pode nunca se recuperar completamente”, afirma.

Diante dessas evidências, cresce a necessidade de repensar o discurso popular sobre os supostos benefícios da maconha e considerar, com mais responsabilidade, os riscos reais do seu consumo, especialmente entre os mais jovens.

A normalização do uso da cannabis, mesmo em ambientes familiares, pode estar custando caro à saúde pública — e ao futuro de toda uma geração.

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