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‘Boa noite cinderela’: MP pede prisão de jovens que doparam turistas ingleses

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Turistas contaram que foram dopados após conhecerem três mulheres em uma roda de samba. Suspeitas atuam em pontos turísticos do Rio — uma delas chegou a ficar presa por 6 meses.

Agência Brasil — O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nessa quarta-feira (13), Amanda Couto Deloca, Mayara Ketelyn Américo da Silva e Raiane Campos de Oliveira por roubo com violência, furto qualificado por fraude eletrônica e associação criminosa, após doparem dois turistas ingleses com o golpe conhecido como “Boa noite Cinderela”.

Raiane tem mais de 20 anotações criminais na polícia, já foi condenada a seis meses de prisão pelo mesmo tipo de crime.

A denúncia também requereu a prisão preventiva das três, diante do histórico de crimes semelhantes e do risco de novos delitos.

O caso ocorreu na madrugada de 8 de agosto, na Lapa, bairro boêmio da região central da cidade. De acordo com a Polícia Civil, as três estariam escondidas no Complexo do Chapadão, na zona norte, e continuam foragidas.

O “Boa noite, Cinderela” é um tipo de golpe em que a vítima ingere, involuntariamente, substâncias psicoativas capazes de causar efeitos adversos para que um crime seja mais facilmente realizado.

A substância é colocada no copo de bebida das vítimas, que após a ingestão perdem totalmente o controle e desmaiam em poucos minutos.

De acordo com a denúncia, após participarem de um evento na Fundição Progresso, na Lapa, os turistas ingleses Mihailo Petrovic e Diego Bravo conheceram as três jovens.

As mulheres convidaram os visitantes a continuar a noite na orla de Ipanema, oferecendo caipirinhas adulteradas com substância capaz de causar sonolência e desorientação.

No mesmo dia, o trio acessou indevidamente a conta bancária de Mihailo e tentou realizar uma transação não autorizada no valor de 16 mil libras esterlinas.

A operação não foi concluída devido à exigência de reconhecimento facial, mas as denunciadas conseguiram subtrair 2.100 libras esterlinas, sendo 300 libras utilizadas para compra de criptomoeda e 1.800 libras transferidas em quatro operações. Segundo o MPRJ, as acusadas repetiram a mesma forma de agir em crimes anteriores.

O caso ganhou repercussão internacional e foi divulgado pelos jornais ingleses, gravado em vídeo por uma testemunha, mostrando as mulheres embarcando em um táxi logo após o crime.

Os turistas foram deixados cambaleando na Avenida Vieira Souto, na orla da praia de Ipanema, totalmente desnorteados, em estado alterado de consciência. Um deles caiu na areia da praia e ficou desacordado.

O motorista do táxi confirmou o trajeto, e as vítimas reconheceram formalmente as autoras na Delegacia Especial de Atendimento ao Turista, reforçando as provas.

Na denúncia, o MPRJ solicita ainda que as acusadas indenizem cada vítima em R$ 30 mil por danos materiais e morais.