Ministro da Saúde explica rapidez em transplantes de Faustão após nova cirurgia gerar polêmica
O quadro de saúde de Fausto Silva, de 75 anos, é considerado grave, segundo o médico cardiologista Elisiário Júnior.
Faustão está internado desde 21 de maio devido a um quadro de infecção, e precisou passar por mais duas cirurgias nesta semana, recebendo um fígado e passando por um retransplante de rim. O médico acredita que as chances de sobrevivência do apresentador são baixas.
“Foram quatro transplantes em um período de dois anos, ao mesmo tempo em que ele está com um processo infeccioso. Isso [a necessidade de novos transplantes] é o que nós denominamos de falência múltipla de órgãos. Então imagine você ter um transplante de coração, dois transplantes de rim e agora um transplante de fígado. Quanto mais órgão transplantado, mais grave [o quadro de saúde]”, disse Elisiário Júnior em entrevista ao podcast ielcast.
A rapidez com que os órgãos foram disponibilizados, semelhante ao ocorrido em seu transplante de coração há quase dois anos, gerou uma onda de questionamentos e polêmicas nas redes sociais, levando o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a se manifestar publicamente para esclarecer o funcionamento da fila do Sistema Único de Saúde (SUS).
A controvérsia ganhou força após publicações que levantaram suspeitas sobre um suposto favorecimento ao apresentador.
Uma das postagens de maior repercussão foi a do vereador paulistano Rubinho Nunes (União Brasil), que escreveu: “Faustão realizou transplante de fígado e rim. Com esses, já são quatro. Só eu estou achando isso esquisito?”. O comentário alimentou teorias de que Faustão teria “furado a fila” do sistema nacional de transplantes.
Diante dos rumores, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, utilizou suas redes sociais para divulgar um vídeo explicativo, defendendo a lisura do processo e o trabalho dos profissionais de saúde.
Padilha foi enfático ao afirmar que não houve qualquer irregularidade no caso do comunicador e que a agilidade se deve a critérios técnicos e de urgência previstos na legislação do SUS.
“O Faustão fez o transplante porque ele já estava na fila de urgência”, declarou o ministro. Ele explicou que pacientes em estado grave, como o do apresentador, têm prioridade e que a realização de cirurgias em um curto espaço de tempo é comum nessas situações. “Casos como o dele são realizados mais rápido, inclusive, por conta disso. Alguns deles, em até 48 horas”, detalhou Padilha.
Para contextualizar e desmistificar a ideia de que múltiplos transplantes são incomuns ou suspeitos, o ministro apresentou dados do sistema.
“Só no ano passado, mais de 100 casos dos transplantes no Brasil pelo SUS, as pessoas fizeram dois ou mais transplantes”, informou, ressaltando a complexidade e a capacidade do sistema público de saúde em atender casos de alta complexidade.
Ao final de sua manifestação, Alexandre Padilha pediu respeito não apenas ao apresentador, que enfrenta um momento delicado de saúde, mas também à integridade do programa de transplantes do Brasil, reconhecido internacionalmente por sua organização e volume.
“Não tem nada de irregular com o que está acontecendo com o Faustão. Respeite o SUS, respeite o Faustão, respeite os profissionais de saúde”, concluiu o ministro, buscando encerrar a polêmica. Assista:
Ver essa foto no Instagram
O estado de saúde de Fausto Silva é considerado delicado. Ele havia recebido um transplante de coração em agosto de 2023 e, posteriormente, um de rim. A necessidade das novas cirurgias foi determinada pela equipe médica que o acompanha devido a complicações em sua recuperação.