As prisões ocorreram em Major Vieira e Monte Castelo, onde ficam as empresas suspeitas de prestaram serviços para a prefeitura de Major Vieira. |
Atendendo pedido do Ministério Público de Santa Catarina, a Justiça determinou o levantamento do sigilo da terceira etapa da Operação Et pater filium, deflagrada na última sexta-feira (6), operação esta em que o prefeito de Major Vieira e seu filho foram denunciados e presos, por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com a denúncia, a organização criminosa foi formada e agia desde o início do mandato do prefeito e usou diversas maneiras para fraudar licitações superfaturadas, mediante o pagamento de propina para agentes públicos.
Na primeira fase da operação, Severgnini disse que dinheiro encontrado em sua casa \”era fruto de suas economias\”. Foto: Arquivo |
As investigações apontam que o prefeito e o filho, inicialmente, se associaram a empresários para fraudar os processos licitatórios e receber percentual pela participação.\”Com o passar do tempo, para eles, esse percentual começou a ficar pequeno e perceberam que conseguiram alavancar os ganhos ilícitos, executando pessoalmente as atividades empresariais e desviando diretamente os recursos públicos, diz o MP.
As prisões ocorreram em Major Vieira e Monte Castelo, onde ficam as empresas suspeitas de prestaram serviços para a prefeitura de Major Vieira.
Esta terceira fase da operação investiga novos crimes da organização voltada para a prática de peculato, fraude a licitação e lavagem de dinheiro.
“À guisa de exemplo, a movimentação financeira da conta do investigado Orildo destoa completamente dos seus rendimentos. A remuneração de prefeito girou em torno de R$ 6.400,00, resultando em um recebimento anual – incluindo as férias e décimo terceiro salário – de R$ 85.120,00”, pontua o MPSC.
Os requerimentos foram fundamentados pelas provas colhidas nas duas fases anteriores da investigação, que já havia resultado em ação penal contra o prefeito, seu filho e dois empresários pelos supostos crimes de organização criminosa, fraude a licitação, corrupção e lavagem de dinheiro.
Nas duas primeiras etapas da investigação, foi apurado que o prefeito e o seu filho, mediante o suposto recebimento de propina, teriam fraudado licitações para beneficiar empresas.
Os fatos em apuração nesta nova fase indicaram que a organização criminosa teria alterado a forma de atuar, dispensando os empresários intermediários e fraudando licitações em benefício próprio, agindo, inclusive, em outros municípios da região.
Os cinco investigados estão presos preventivamente. O prazo para a conclusão das investigações é de 10 dias a partir das prisões, com mais cinco dias de prazo para oferecimento da denúncia. (Autos n. 503.84.16-11.2020.8.24.0000).