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Morre mulher que tomou chá de 50 ervas em São Paulo

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária informou que as vendas da marca “50 Ervas Emagrecedor” estão proibidas no Brasil desde 2020.

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A enfermeira Edmara Abreu, de 42 anos, que tomou cápsulas de um chá emagrecedor, morreu após complicações de um transplante de fígado no Hospital das Clínicas, em São Paulo. O corpo rejeitou o transplante e ela aguardava por outro doador.

A enfermeira desenvolveu uma falência aguda do fígado gravíssima após ingestão do “chá” e precisava transplantar urgente. “Se não transplantar vai a óbito em 24, 48 ou 72 horas. São casos dramáticos”, afirmou a médica que acompanhava o caso.

Edmara tinha sido diagnosticada com uma hepatite fulminante decorrente do consumo de um “chá de 50 ervas”. O produto, vendido em cápsulas, se dizia “natural” e na composição continha substâncias hepatotóxicas (como chá verde e carqueja, que podem causar danos ao fígado), segundo a médica Liliana Ducatti Lopes.

Produto está proibido para venda no Brasil desde 2020.

Nas redes sociais, Liliana Ducatti, que é médica gastroenterologista do Hospital das Clínicas e participou do tratamento de Edmara, usou as redes sociais para alertar para os riscos de tomar chás emagrecedores.

No vídeo publicado no Instagram, Liliana afirmou que na literatura médica há casos semelhantes ao da paciente, que não tinha nenhum problema de saúde prévio e desenvolveu uma falência aguda do fígado gravíssima.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota nesta sexta-feira (4) para alertar que produtos com a marca “50 Ervas Emagrecedor” estão proibidos no país desde 2020.

Mara Abreu tinha 42 anos e era enfermeira no Hospital Santa Joana, em São Paulo. Seu corpo foi cremado e o velório ocorreu nesta sexta-feira (4).

Prima fala sobre internação

Segundo Márcia Cristina Oliveira, prima de Edmara, o corpo da enfermeira rejeitou o fígado transplantado no último domingo (30), e ela estava à espera de um novo doador. De acordo com a prima, ela não tinha problemas de saúde prévios e não fazia uso de outros medicamentos.

A enfermeira começou a ter sintomas de enjoo há duas semanas. “Minha prima sempre foi uma pessoa extremamente saudável, ela era enfermeira obstetra e sempre estava tudo certo com a saúde dela. Há duas semanas ela começou a ter ânsia e esse sintoma ficou mais frequente”.

Edmara, que trabalhava no Hospital e Maternidade Santa Joana, resolveu se consultar com um médico e foi logo internada porque, na ocasião, a equipe desconfiou que se tratava de um problema na vesícula. “Então fizeram exames para saber o que era e deu que ela já estava com uma hepatite fulminante”.

Edmara teria comprado o “chá emagrecedor” pela internet. No entanto, a família não sabe desde quando a enfermeira começou a utilizá-lo.

Edmara foi transferida para a UTI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que é referência em casos de hepatite.

Ela estava na fila para conseguir um transplante de fígado, passou por um coma induzido e finalmente conseguiu realizar a cirurgia, que levou 12 horas, no sábado (29).

No entanto, o corpo da enfermeira rejeitou o novo órgão e os médicos atestaram a morte cerebral de Edmara na quarta-feira (2).

Na madrugada do dia seguinte ela sofreu uma para cardíaca e morreu. “Ela confiava no medicamento, até porque ela achou que era natural, está escrito na embalagem que são apenas ervas. Não é nada de tarja preta, nenhum medicamento que aparenta ser perigoso. Ela não tava tomando mais nada, só esse mesmo”, relata a prima.

“É importante falar disso para que outras famílias não passem pela dor que estamos passando hoje.”

NOTA DA ANVISA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota nesta sexta-feira (4) para alertar que produtos com a marca “50 Ervas Emagrecedor” estão proibidos no país desde 2020, por não estarem regularizados como medicamentos.

Frasco do chá em cápsula encontrado pelos familiares de Edmara Abreu. Foto: Arquivo pessoal

“Qualquer produto com propriedades terapêuticas, por exemplo a promessa de emagrecimento, só pode ser comercializado no Brasil com autorização da Anvisa e o comercio só pode acontecer em farmácias ou drogarias, já que substâncias com propriedades terapêuticas são consideradas medicamentos”, informou a agência.

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