Divulgado esta semana, o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz mostra aumento expressivo, em 15 estados, no número de novas internações por vírus sincicial respiratório (VSR). Nos adultos, a preocupação continua sendo o crescimento de internações por Covid-19, com risco muito maior para aqueles que em atraso com a vacinação ou que sequer tomaram a primeira dose da vacina contra a doença.
O vírus sincicial respiratório (VSR) esteve presente em 30% dos casos de doenças respiratórias registradas no Brasil nos primeiros três meses de 2023. Entre janeiro e março, foram mais de 3,3 mil infecções – dessas, 95% atingiram apenas bebês e crianças de 0 a 4 anos.
Diante do atual quadro da população infantil, o pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, recomenda que, se a criança estiver com sinal de infecção respiratória, o ideal é não enviá-la para a escola ou creche. “Assim, podemos tentar frear a disseminação de vírus respiratórios em crianças”.
Os dados do Ministério da Saúde, coletados e monitorados pela iniciativa Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostram uma mudança de padrão na circulação do VSR, um vírus muito transmissível e bastante perigoso. Conhecido por ser o “vilão” da temporada outono e inverno, ele aparecia pouco nos meses mais quentes, mas o comportamento mudou nos últimos anos.
O que é o VSR?
Apesar de ser pouco conhecido, o VSR sempre esteve presente no Brasil, circulando junto com outros vírus respiratórios, e é bem semelhante ao vírus influenza, causador da gripe.
- 👃 Os sintomas são parecidos como os de um resfriado comum: febre, tosse, espirros, coriza e mal-estar.
- 👍 Em adultos com imunidade elevada e boas condições de saúde, eles desaparecem em poucos dias.
- 👎 Mas, entre os pequenos e os mais velhos, a infecção pode evoluir e atingir brônquios, alvéolos e pulmões, o que pode ser fatal. Entre os sinais, estão febre alta, muita tosse e, principalmente, dificuldade para respirar.
Em casos graves, o VSR causa bronquiolite, doença que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões, e pneumonia, principalmente em bebês prematuros ou no primeiro ano de vida.
“É um vírus que não dá imunidade duradoura. Você não pega só uma vez na vida. As reinfecções vão ser comuns. A segunda, a terceira, a quarta, a quinta vez que você se encontra com o vírus, a tendência é ter sintomas mais leves. Então, o risco maior é nos mais novos, que não tem imunidade, ou nos mais velhos, que perderam a imunidade”, disse o pediatra infectologista Renato Kfouri.
Transmissão: o VSR é MUITO contagioso e é transmitido pelo ar ou pelo toque de objetos contaminados.
Prevenção: é muito parecido com o que vivemos na pandemia. Evitar ambientes fechados com aglomeração, higienização das mãos e uso de máscaras ajudam na redução da transmissão.
Tem vacina contra VSR?
Ainda não. Farmacêuticas no mundo todo estão há anos trabalhando na criação de uma vacina contra o VSR por conta da letalidade do vírus em bebês e idosos.