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‘É apenas um menino’, diz advogada de paranaense condenado por atos golpistas

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O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta quinta-feira (14) Matheus Lima de Carvalho Lázaro, terceiro réu pelos atos golpistas de 8 de janeiro, a 17 anos de prisão.

Matheus é morador de Apucarana (PR) e foi preso na Esplanada dos Ministérios no dia dos ataques portando um canivete após deixar o Congresso Nacional.

A advogado Larissa Lopes de Araújo, responsável pela defesa de Matheus Lázaro, afirmou que o réu é inocente e foi alvo de “lavagem cerebral” porque ele sequer sabia o que significa intervenção militar.

“Mas na cabeça dele isso era bom para o país. Para ele, a intenção da ‘intervenção militar’ era proteção do Exército, para que o país não virasse uma Venezuela”, declarou. “Veio para um sonho, um ideal de um Brasil melhor”.

Araújo em diversos momentos chegou a embargar a voz e teve que limpar lágrimas do rosto com um lenço. Ela questionou a regularidade do processo e do julgamento pelos atos de 8 de janeiro. Disse que tinha o sonho de ser ministra da Corte, mas que hoje se envergonha do Tribunal.

Conforme a advogada, não há provas, como imagens, de que Lázaro invadiu prédios públicos. Segundo ela, o réu não teve tempo de vandalizar os locais, de acordo com fotos registradas em seu celular.

“15h53 ele estava em cima do telhado [do Congresso]. As 16h36 está ele lá em cima, do lado do Congresso, lá pra cima. 16h45 tá ele lá perto da rodoviária”, afirmou.

“Em que momento o senhor Matheus teve de entrar nos três prédios e quebrar tudo? Em cinco minutos, só se ele fosse um super-homem. Com poderes especiais. Como ser humano, apenas um menino, 23 anos, com um filho recém-nascido. Nasceu agora, quando ele estava preso. Acabou de completar 24 anos, preso”.

Quando foi preso por policiais na região da Praça do Buriti, ele estava carregando um canivete.

Em seu celular, os investigadores encontraram conversas dele com sua esposa, na época grávida. A mulher demonstrou preocupação com os desdobramentos dos ataques que acompanhava pela televisão.

Em áudio enviado às 16h36, Lázaro disse para ela que “tem que quebrar tudo, pra ter reforma, pra ter guerra… Pro exército entrar”. “A gente tem que fazer isso aí pro exército entrar, e todo mundo ficar tranquilo. O exército tem que entrar pra dentro”, afirmou na ocasião.

Ele também disse à mulher que era preciso uma intervenção militar para o Exército tomar o poder. Lázaro segue preso. De dentro da Papuda, não viu o nascimento do seu primeiro filho, em 29 de junho.

Com base no voto do relator, Alexandre de Moraes, a maioria dos ministros confirmou que o réu cometeu os crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

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