Professora é demitida após ser filmada puxando cabelo de aluna da APAE em Irati

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A jovem, de 19 anos, é aluna na APAE de Irati há cerca de um ano e meio. Ela tem síndrome de Down e possui Transtorno do Espectro Autista.

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Uma professora de 61 anos foi demitida nesta terça-feira (28) após ser filmada agredindo uma aluna com síndrome de Down na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Irati, na região central do Paraná. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed).

O caso veio à tona após a família da aluna, uma jovem de 19 anos, ser informada sobre a agressão por meio de uma denúncia anônima. As imagens da câmera de segurança da instituição mostram a professora puxando o cabelo da aluna e a empurrando de volta para dentro da sala de aula. A jovem, que também possui Transtorno do Espectro Autista (TEA), é não verbal, ou seja, não fala.

O professor Daniel de Paula Yoshitomi e a médica Danieli Yoshitomi, pais da jovem agredida, disseram que a família ficou em choque ao ver as imagens. A família contou que a filha estuda na Apae há cerca de um ano e meio.

“É uma imagem muito brutal mesmo. Quando você manda seu filho para a escola, você, no mínimo, imagina que ele vai estar seguro lá dentro. Então, a gente ainda está tentando absorver, a gente tá em choque com tudo isso que aconteceu”, disse a mãe.

Com a demissão, a professora está impedida de atuar na Apae e em qualquer outra instituição de ensino da rede pública do Paraná. A decisão foi tomada pela Seed após o envio de um protocolo pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) de Irati.

A professora, identificada como Cleonice Alessi Glinski, atuava na Apae por meio de um Processo Seletivo Simplificado (PSS) do estado, em regime temporário. Ela era pedagoga e tinha mais de 26 anos de experiência na instituição.

Investigação em andamento

A Polícia Civil investiga o caso. Conforme o delegado Rafael Rybandt, a polícia vê indícios de maus-tratos. Ainda não há informações sobre possíveis medidas penais contra a professora.

A defesa de Cleonice Alessi Glinski se manifestou em nota, afirmando que a aluna “empreendia fuga no momento em que foi contida”. A nota também ressalta que a professora “está extremamente abalada com a reação pública agressiva” e que “é esposa, mãe e profissional de conduta irretocável”.

A Apae de Irati também se pronunciou sobre o caso, lamentando o ocorrido e informando que acompanha o caso junto ao departamento jurídico da instituição e está prestando todo o apoio necessário à aluna e à sua família. A Federação das Apaes lamentou o caso e repudiou o ato de violência.