A Polícia Civil prendeu no início da manhã desta sexta-feira (14), na cidade de Ipuaçu, no Extremo Oeste catarinense, um homem de 31 anos investigado pelas quatro mortes e incêndio a uma residência ocorridos no início da manhã do último sábado (08), na cidade de São Domingos.
A partir dos resultados dos laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML) sobre duas, das quatro mortes, a Polícia Civil passou a investigar incêndio como criminoso.
A perícia apontou que o casal morreu por hemorragia aguda, causada por ferimento de objeto contundente, e não por causa do fogo. O resultado dos laudos do IML foram divulgados ontem (quinta-feira,13).
Um inquérito policial foi instaurado com a finalidade de apurar o “quádruplo homicídio”, onde toda a família foi morta com arma branca (faca/facão). “Em seguida o suspeito teria ateado fogo na residência, provavelmente com o intuito de apagar qualquer indício que pudesse levar à descoberta da autoria de crime”,apontaram as investigações.
Os trabalhos investigativos possibilitaram a colheita de provas que resultaram no pedido de prisão temporária e outras medidas cautelares.
“Por se tratar de crime hediondo (especialmente grave), a prisão temporária foi decretada pelo prazo de 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogada por igual período”, informou a polícia em nota.
A Polícia Civil não revelou qual ligação do suspeito com a família, motivação ou outros detalhes.
A investigação continua. “A prisão do suspeito é medida imprescindível para as investigações policiais, no sentido de esclarecer os fatos, bem como garantir a escorreita colheita de provas no curso da investigação, evitando-se, ainda, o risco de fuga e ocultação de fontes de prova”.
Identificação das vítimas
De acordo do Instituto Geral de Perícias (IGP), a identificação do casal foi complexa em razão do estado de carbonização dos corpos. Um deles foi identificado através de impressão digital, enquanto que o outro foi por exame de arcada dentária.
Segundo os laudos do Instituto Médico Legal (IML) do Núcleo Regional de Perícias de São Lourenço do Oeste, uma das vítimas, Neocir Rodigheri, apresentava “ferida cortante em região cervical”. A causa da morte foi hemorragia aguda.
A outra vítima, Raquel Alves, de 31 anos, apresentava “ferida perfurocortante em região cervical direita”. A causa de sua morte também foi hemorragia aguda.
Os laudos também mostraram que as lesões foram produzidas em organismo vivo, ou seja, que suas mortes não foram decorrentes do fogo que consumiu toda a residência.
As outras duas vítimas, as crianças Maria e João Rodigheri, de 10 e 11 anos, respectivamente, ainda serão identificadas por testes de DNA. O prazo para estas identificações não foi divulgado.