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Petroleiros ameaçam ‘greve histórica’ se privatização da Petrobras avançar

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Ameaça veio após o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida defender que pautará sua gestão na prioridade de ações para privatização da estatal.

O coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar, disse nesta sexta (13) que, se o presidente Jair Bolsonaro (PL) ousar “pautar a privatização da Petrobras, enfrentará “a maior greve da história da categoria petroleira”.

“Este novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, diz que vai estudar a privatização da Petrobras e do pré-sal, como se privatização fosse solução para baixar o preço dos combustíveis, mas sabemos que não é”, disse o líder dos petroleiros no Twitter.

A declaração de Sachsida foi proferida na última quarta-feira (11), na primeira fala dele em posse do cargo. “Como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à preposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras”, afirmou.

Sachsida declarou ainda ter a privatização como “um norte muito simples”. Deixo claro que essa meta, esse objetivo e esse norte foram expressamente apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro”, declarou ainda.

Bacelar, porém, protestou. “Vale lembrar ao Bolsonaro, ao novo ministro e ao novo presidente da Petrobras (José Mauro Ferreira Coelho, que tomou posse em abril) que a categoria petroleira aprovou estado de greve no final de 2021, caso o governo ouse pautar [a privatização]”, disse.

“Em vez de buscar um bode expiatório para enganar a população, fingindo preocupação, Bolsonaro deveria assumir o papel de mandatário e acabar com essa política de preços covarde, que vem levando o povo cada vez mais à miséria. Bolsonaro: você vai ver a maior greve da história da categoria petroleira caso ouse pautar a privatização da Petrobras”, defendeu o representante da categoria.

FALAS DE BOLSONARO

Em outubro do ano passado, Bolsonaro chegou a dizer que a privatização da Petrobras havia entrado “no radar” do governo, retomando declaração proferida dias antes, quando afirmou que tinha “vontade” de vender a estatal.

Já em março deste ano, Bolsonaro prometeu reservadamente a Adriano Pires, indicado por ele para comandar a estatal (o que não se concretizou), trabalhar pela privatização da Petrobras. Na conversa, o presidente disse que a empresa lhe dava “muito dor de cabeça”.

Os recentes sinais dados por Bolsonaro no sentido de privatizar a estatal foram proferidos em momentos em que a petroleira havia recém-aumentado os preços dos combustíveis vendidos nas refinarias.

Quando Bolsonaro disse ter “vontade” de vender a estatal, havia poucos dias desde que a Petrobras tinha aumentado o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras, para R$ 2,98 por litro.

E quando o presidente conversou com o Pires, o economista estava cotado para substituir o chefe anterior da estatal, demitido por Bolsonaro dias depois de a empresa passar a vender a gasolina por R$ 3,86 por litro para as distribuidoras, após novo reajuste.

TROCA MINISTERIAL

Bolsonaro justificou a substituição de Bento Albuquerque por Sachsida na pasta de Minas e Energia por “um pequeno problema na Petrobras”. Dias antes da saída do ministro, a estatal tinha aumentado para R$ 4,91 por litro o preço de venda do diesel nas refinarias.

O aumento veio cerca de uma semana depois de a Petrobras anunciar um lucro líquido recorde, de R$ 44,56 bilhões, referente ao primeiro trimestre do ano, resultado este que foi impulsionado pela alta do preço do barril do petróleo no mercado internacional.

*Com informações de UOL/FOLHAPRESS e Metrópoles