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Médicos descobrem feto calcificado há mais de 50 anos em abdômen de idosa

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A equipe médica suspeita que a mulher, de 81 anos, estivesse com o “bebê de pedra” no abdômen havia 56 anos.

Uma idosa, de 81 anos, descobriu que carregava um feto calcificado ao ser encaminhada para o Hospital Regional de Ponta Porã, na região sul de Mato Grosso do Sul, com dores abdominais, de acordo com as informações do secretário de saúde da cidade, Patrick Derzi.

A equipe médica suspeita que a mulher estivesse com o “bebê de pedra” no abdômen havia 56 anos, desde quando teve a última gestação. O caso é considerada raríssimo por especialistas.

Daniela Almeida Vera, de 81 anos. — Foto: Arquivo pessoal

Daniela Almeida Vera, que era indígena kaiowá, e morava em um assentamento no município de Areal Moreira, morreu após a cirurgia para retirada do feto.

Daniela deu entrada no Hospital com um quadro de infecção grave em 14 de março. Conforme nota, divulgada nesta terça-feira (19) pelo Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, no mesmo dia uma tomografia em 3D diagnosticou a presença de feto calcificado – condição rara chamada de litopedia, consequência de uma gravidez ectópica (gestação em que o óvulo fertilizado é implantado fora do útero) que evolui para morte fetal e calcificação.

Ao descobrir a existência do feto no corpo da idosa, a equipe de obstetrícia da instituição foi acionada e realizou a cirurgia para retirá-lo. Após o procedimento, a paciente foi encaminhada para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas morreu no dia seguinte. O motivo da morte foi um quadro grave de infecção generalizada, que ocorreu a partir de uma infecção urinária, segundo o secretário Patrick Dezir.

Familiares explicaram que a vítima tinha muito medo de ir ao médico. Segundo uma das filhas dela, Rosely Almeida, a idosa preferia tratamentos alternativos.

“Ela era antiga e somos indígenas, ela não gostava de ir ao médico, tinha medo dos aparelhos para fazer exame”, afirmou a filha mais nova de Daniela.

A secretária de Saúde, explicou que será realizada uma análise clínica do feto calcificado. A partir do estudo, será possível responder mais detalhes sobre bebê, como o tempo que ele ficou na barriga de Daniela.

Agora, a família vive o luto pela matriarca que deixou sete filhos, 30 netos e 5 bisnetos.

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