Entre os dias 29 de abril e o 3 de maio, as tempestades que assolam o Rio Grande do Sul causaram ao menos R$ 275,3 milhões em prejuízos financeiros – que se somam à tragédia humanitária no estado, onde há registro de 57 mortes, 74 desaparecidos e 107 feridos, segundo o governo estadual. Mais de 300 cidades de todas as partes do estado foram afetadas de alguma forma pelos temporais.
Os dados são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e indicam que R$ 59,9 milhões deste prejuízo dizem respeito ao setor público. A maior parte deste montante, cerca de R$ 29,5 milhões, está relacionado a danos em obras de infraestrutura, como pontes, estradas e sistemas de drenagens urbanas.
No setor privado, já são registrados R$ 99,8 milhões em prejuízos, com a maior parte concentrada na agricultura (R$ 71,4 milhões). Na indústria, as perdas somam R$ 11,2 milhões, na pecuária, R$ 9,3 milhões.
Na área habitacional, os prejuízos superam R$ 115,6 milhões, com 10.193 casas danificadas ou destruídas.
Segundo balanço divulgado pela Defesa Civil do estado, às 18h de sábado, pelo menos 418,2 mil pontos estavam sem energia elétrica. Há ainda 1 milhão de domicílios sem abastecimento de água (34% do total), segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).
Os municípios também estão com dificuldade de acesso a telefonia e dados móveis.
O número de mortes já supera as 54 mortes registradas em setembro do ano passado, durante a passagem de um ciclone extratropical.
Em menos de um ano, ao menos 132 pessoas morreram em decorrência das chuvas no Rio Grande do Sul
Desde junho do ano passado, ao menos 132 pessoas morreram no RS após ocorrências relacionadas às chuvas. Nesta semana, o estado voltou a ser castigado por tempestades, causando mortes e destruição.
Antes das ocorrências iniciadas nesta semana, o estado registrou cinco mortes relacionadas às chuvas em novembro de 2023. Na mesma época, também houve mortes em consequência de eventos climáticos em Santa Catarina.
Em setembro do ano passado, foram contabilizadas 54 mortes no Vale do Taquari depois que a região foi afetada pela passagem de um ciclone extratropical.
Em junho de 2023, outro ciclone extratropical atingiu o Rio Grande do Sul e deixou 16 pessoas mortas. Até então, esse havia sido o evento climático com maior número de óbitos no estado desde 1980.
Na quarta-feira (1º) o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que o número de mortes em decorrência das chuvas tende a aumentar e que o estado deverá vivenciar “o maior desastre já enfrentado” pelos gaúchos.