O prefeito de Bela Vista do Toldo, Francisco Carlos Schiessl (MDB), voltou a protagonizar uma polêmica que repercutiu em toda Santa Catarina.
Desta vez, o motivo foi a revogação da cessão de um terreno destinado à construção da sede própria da Polícia Militar no município. O ato, considerado por muitos como controverso, reacende críticas à gestão do prefeito, que já enfrenta uma investigação policial por supostas ameaças a um militar.
Desde a emancipação de Bela Vista do Toldo, a Polícia Militar local não possui uma sede própria, funcionando atualmente em um espaço compartilhado com a Polícia Civil.
Em outubro de 2023, a prefeitura havia cedido um terreno à corporação para viabilizar a construção de uma base definitiva.
A PM afirma que o espaço, embora cedido, apresentava problemas de regularidade. O terreno pertencia originalmente a uma associação comunitária com CNPJ inativo desde 2008.
Após tramitação judicial, o município retomou formalmente a posse do terreno e, em 2024, promulgou a lei municipal nº 1.687, oficializando a cessão do imóvel à corporação.
Entretanto, no último dia 12 de maio, o prefeito Carlinhos Schiessl encaminhou à Câmara de Vereadores um projeto para revogar a lei. A proposta foi aprovada a toque de caixa e enviada para sanção no dia 16 de maio.
Ao comentar a revogação, Schiessl alegou que o terreno em questão — uma quadra esportiva ao lado do Colégio Estadual Estanislau Schumann — é um espaço tradicionalmente utilizado por crianças e jovens da cidade. “Essa quadra, que estava abandonada e tomada pelo mato, foi cedida ao Estado de Santa Catarina para outra finalidade. Diante disso, solicitei à Câmara a reversão da cessão, para que o espaço retorne à posse do município”, justificou.
O prefeito afirmou ainda que está em busca de recursos e parcerias com o governo estadual para viabilizar a compra de “novas áreas, garantindo mais espaços de lazer e convivência para nossa comunidade”.
A controvérsia, no entanto, ocorre em um contexto delicado para Schiessl, que é alvo de um inquérito da Polícia Civil. O prefeito está sendo investigado por ameaças a um policial militar durante uma discussão ocorrida em 2 de março deste ano.
Apesar disso, a prefeitura negou, em nota ao portal NSC Total, que a revogação da cessão seja uma forma de retaliação à corporação.
O caso segue gerando repercussão e dividindo opiniões na cidade. Enquanto aliados de Schiessl apontam que a decisão visa o interesse público e o bem-estar da comunidade, críticos classificam a medida como um ato precipitado e politicamente motivado.
A decisão provocou forte reação nas redes sociais e grupos de WhatsApp. Comentários e memes circularam de forma irônica, atribuindo ao prefeito as alcunhas de “Coroné” e “Xerife”, numa clara crítica ao estilo autoritário com que, segundo internautas, ele conduz o governo municipal.
Diferente de outras ocasiões, a reportagem do Canoinhas Online desta vez nem tentou contato com o prefeito ou sua assessoria. O motivo? O histórico de hostilidade por parte do chefe do executivo.
“Não somos bem vistos aos olhos do prefeito, por estarmos sempre levantando questionamentos sobre irregularidades da prefeitura, e ele sempre prefere atacar do que nos dar respostas“, destaca a redação.
Ainda assim, reafirmamos que o espaço está aberto para manifestação por parte do gestor ou de sua equipe.