Operação Mensageiro: Prefeito de Papanduva segue preso após audiência de custódia

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Segundo o MPSC, mais de R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo foi apreendido, R$ 282 milhões bloqueados e 15 prisões mantidas após audiências de custódia.

A Operação Mensageiro, deflagrada no último dia 6 de dezembro, resultou em 15 prisões preventivas requeridas pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

No mesmo dia foram realizadas as audiências de custódia presencialmente no Fórum da Comarca de Joinville e todas as prisões foram mantidas, segundo o MPSC.

As audiências, que servem para avaliar eventuais ilegalidades durante o cumprimento das prisões, aconteceram durante a tarde e parte da noite. O investigado Luiz Henrique Saliba, prefeito municipal de Papanduva, também foi apresentado em audiência de custódia naquele local e teve a prisão preventiva mantida pela Desembargadora Relatora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer.

Segundo o advogado de Saliba, Manolo Del Omo, “tudo não passa de mal-entendido que vai ser esclarecido ao longo da investigação”.

Veja o que diz o Tribunal de Justiça de Santa Catarina a respeito: “Além de apontar indícios de autoria e materialidade delitivas, a decisão fundamenta a prisão [de Luiz Henrique Saliba] nos seguintes elementos:

  • o paciente mantém contatos telefônicos e se encontra pessoal e corriqueiramente com o suposto pagador de propina;
  • foi recuperado no celular do suposto pagador de propina um vídeo supostamente feito na rua da residência do paciente onde aquele filma dinheiro;
  • as antenas ERBs (equipamentos que fazem a conexão entre os telefones celulares e a companhia telefônica) aparentemente, apontam para encontro entre ambos e consequente entrega de propina recentemente;
  • alguns dos contratos com a prefeitura em que teriam sido constatadas irregularidades permanecem ativos e, aparentemente, com sobrepreço”.

De acordo com o Ministério Público, o objetivo da investigação é apurar suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina, como Canoinhas, Três Barras, Mafra, Major Vieira e Bela Vista do Toldo.

Durante as buscas, foram apreendidos no total mais de R$ 1,3 milhão de reais em espécie localizados nas residências e locais de trabalho dos alvos investigados.

Além disso, foram recolhidos para perícia 58 computadores, 85 aparelhos de telefone celular e 140 mídias eletrônicas. Os bens de 25 empresas e 11 pessoas físicas foram bloqueados por ordem do Tribunal de Justiça em mais de R$ 282 milhões.

No dia seguinte (quarta-feira,7), as investigações continuaram com a oitiva de pessoas e organização para análise do material apreendidos.

Os documentos e materiais irão passar agora por avaliação técnica e as investigações seguem em segredo de justiça. Assim que houver a publicidade dos autos, novas informações poderão ser divulgadas.  

A empresa Serrana Engenharia, citada na denúncia, disse em nota que “não teve acesso a íntegra do processo, mas está colaborando e auxiliando com as investigações para que tudo seja esclarecido o mais breve possível. Os serviços de coleta e destinação de resíduos seguem sendo executados normalmente pela empresa”.