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HSCC nega crise mas minimiza renúncia do Conselho, que segue sem explicação

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Gestão do HSCC minimiza debandada inédita do corpo deliberativo e assegura que opera normalmente, com transparência.

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Em resposta à debandada de seu Conselho Deliberativo e às crescentes preocupações da comunidade, o Hospital Santa Cruz de Canoinhas (HSCC) divulgou uma nota oficial nesta terça-feira (30), na tentativa de acalmar os ânimos e desmentir rumores de fechamento.

No entanto, o comunicado evita explicar o motivo real por trás da renúncia em massa, tratando-a vagamente apenas como uma “renovação” natural.

A crise na governança, revelada após os membros do Conselho Deliberativo abandonarem seus cargos na última semana de setembro, é minimizada pela direção do HSCC.

“Renovação” de Conselho e Processo Eleitoral

Na nota, a administração do HSCC, que tem Norma Peterman Pereira como presidente, afirma que a saída dos conselheiros foi apenas uma “questão de renovação dos membros” e que o fato “não interfere nas atividades operacionais nem compromete os serviços prestados” à população.

A declaração falha em abordar a natureza inédita do ocorrido – a renúncia simultânea de praticamente todos os membros do Conselho Deliberativo e Fiscal – e o “mistério” sobre os motivos.

O Hospital garantiu que já está organizando o processo eleitoral para a recomposição do Conselho, que com a saída em massa, foi dissolvido. Para quem deseja concorrer, o requisito é ser sócio do hospital aprovado pelo Conselho Deliberativo há mais de 30 dias.

Hospital desmente rumores de fechamento e nega conflito com a Prefeitura

O HSCC utilizou o comunicado para rebater especulações sobre sua saúde financeira e operacional, que ganharam força com as notícias da crise interna e do leilão iminente.

“Reafirmamos que não há nenhuma possibilidade de fechamento do hospital,” diz a nota, garantindo que a unidade segue “operando normalmente, com todos os atendimentos mantidos.” A direção também afirma desconhecer a origem dos “boatos” de que estaria em situação crítica, sugerindo que podem estar “motivados por interesses alheios à missão da instituição.”

Sobre a tensa relação com o poder público, o Hospital nega qualquer “animozidade, atrito ou conflito” com a Prefeitura Municipal de Canoinhas. Pelo contrário, garante manter uma “relação de parceria e respeito mútuo”.

O HSCC também reforçou seu compromisso com a transparência, afirmando que as prestações de contas estão publicadas e auditadas anualmente. Além disso, a unidade afirma estar “colaborando plenamente” com a auditoria externa em andamento, determinada judicialmente e contratada pela Prefeitura.

Dívida e Leilão: O fato no Edital

Apesar dos esforços da nota para acalmar a população, um fato concreto pressiona a instituição: o leilão de um imóvel de alto valor.

A dívida que motivou a penhora e o leilão do terreno e edificação avaliados em R$ 2.6 milhões é com a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) e a União – Fazenda Nacional.

Ao contrário de boatos que circulam negando a natureza da dívida com a CASAN, a informação está detalhada e pública no edital do leilão, publicado no Diário Oficial, que cita a penhora em favor de ambos os credores. A dívida totalizava, em setembro de 2023, mais de R$ 455 mil.

A nota do Hospital Santa Cruz de Canoinhas cumpre o papel de tranquilizar a população sobre a manutenção dos serviços, mas a ausência de uma explicação clara para a renúncia total do seu corpo deliberativo mantém um grande ponto de interrogação sobre o futuro da gestão da única unidade hospitalar em funcionamento na cidade.

Nota da Redação: Em defesa da Transparência

O objetivo desta reportagem não é o de acusar ou constranger a atual gestão do Hospital Santa Cruz de Canoinhas. No entanto, é fundamental que haja transparência completa sobre os fatos que envolvem a única unidade hospitalar da cidade, especialmente por ser uma instituição filantrópica credenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e essencial à comunidade.

A nota oficial da Diretoria, embora tranquilize a população sobre a manutenção dos serviços, utilizou termos como “renovação” para descrever o esvaziamento total dos órgãos gestores.

A Redação entende que, diante de um movimento inédito e tão significativo como a renúncia em massa dos conselheiros, a população tem o legítimo direito de saber os motivos que levaram a essa descontinuidade na governança. A clareza nas informações é o melhor caminho para dissipar rumores e preservar a confiança no Hospital. O espaço segue aberto para manifestações.

Veja abaixo a nota do HSCC na íntegra:

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