O Governo de Santa Catarina mobilizou a rede assistencial e de vigilância para a detecção precoce, manejo imediato e notificação obrigatória de casos suspeitos ou confirmados de intoxicação por metanol. Apesar de o Estado não registrar ocorrências até o momento, a medida foi determinada pelo governador Jorginho Mello diante dos casos registrados em São Paulo, relacionados ao consumo de destilados adulterados.
“Não temos casos em Santa Catarina. De qualquer forma, já determinei o aumento na fiscalização e o antídoto disponível na nossa rede de imediato. Estamos com Saúde a postos, Procon atuando e Forças de Segurança, que podem investigar qualquer indício. Esperamos não precisar”, destacou o governador, após reunião com representantes do Procon-SC, Polícia Civil, Imetro-SC e Secretaria da Saúde realizada na última quinta-feira (2).
Rede de saúde em alerta
A Secretaria de Estado da Saúde reforçou protocolos de atendimento e garantiu a disponibilidade do antídoto específico. O atendimento rápido, segundo a pasta, é essencial para salvar vidas. Em casos de suspeita, os serviços de saúde devem acionar o CIATox-SC pelos telefones 0800 643 5252 (24h) e (48) 3721 9173, a fim de orientar o manejo clínico do paciente.
Entre os sintomas de alerta estão:
- Iniciais (até 6h): dor de cabeça, tontura, sonolência, náuseas, vômitos, dor abdominal, visão turva e sinais de embriaguez atípica.
- Latência (12–24h): agravamento das alterações visuais e neurológicas, além de acidose metabólica.
- Graves: convulsões, coma, cegueira irreversível, choque, insuficiência renal e falência de múltiplos órgãos.
O secretário estadual da Saúde, Diogo Demarchi, ressaltou que Santa Catarina está preparada: “Enviamos nota técnica aos municípios com orientações detalhadas e temos exames e antídoto disponíveis para atendimento imediato.”
Fiscalização e combate às bebidas adulteradas
Paralelamente, o Procon-SC intensificou a articulação com os órgãos municipais de defesa do consumidor. Em reunião realizada no dia 2, foi definido um Procedimento Operacional Padrão (POP) para padronizar a fiscalização em bares, supermercados e distribuidoras de bebidas.
“Santa Catarina está preparada para enfrentar a crise do metanol nas bebidas. Todo caso suspeito será investigado”, afirmou a delegada Michele Alves, diretora do Procon-SC.
De acordo com Michele, comerciantes terão de comprovar a origem lícita das bebidas. Além disso, o Procon orienta distribuidores, supermercados e estabelecimentos do setor de entretenimento a redobrarem a atenção na compra de produtos e exigirem notas fiscais para evitar a circulação de bebidas adulteradas.
Histórico em SC
Há três anos o estado de Santa Catarina não registra nenhum óbito por ingestão de metanol. O último óbito por este tipo de intoxicação em Santa Catarina aconteceu em 2022 e não teve relação com o problema identificado em São Paulo. O óbito naquele ano foi causado pela ingestão de combustível.