Santa Catarina vive, em 2025, uma grave crise no setor leiteiro, que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de 30 mil famílias produtoras.
Preocupada com essa situação, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), por meio da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural, realizou, na noite de quarta-feira (12), uma audiência pública para debater a crise e buscar soluções conjuntas.
Parafraseando a prefeita Juliana Maciel, o secretário de desenvolvimento Rural, Gildo Stoker, representou Canoinhas no evento e usou a palavra: “gostaria de agradecer aos produtores de leite que ainda não desistiram do Brasil porque é graças a vocês que o alimento essencial para a vida está na mesa de vocês todos os dias”.
Stoker ainda questionou: “porque o produtor brasileiro tem menos valor do que o lá de fora”.
O Planalto Norte Catarinense possui 800 famílias que trabalham com leite produzindo 70 milhões de litro de leite por ano – em Canoinhas são 147.
O encontro reuniu deputados estaduais, representantes do governo estadual, Sindileite, Ocesc, Faesc, cooperativas e produtores rurais, e teve como objetivo discutir medidas emergenciais, como o controle das importações, o apoio financeiro temporário e o incentivo à industrialização e à agregação de valor ao leite produzido no estado.
O auditório Antonieta de Barros ficou lotado por trabalhadores que carregavam no peito um adesivo dizendo: Luto pelo Leite.
Está em tramitação na Alesc o Projeto de Lei 768/2025 que proíbe a reconstituição de leite em pó importado para comercialização como leite fluido em Santa Catarina, como medida emergencial para auxiliar o setor.
Queda no preço e desestímulo à produção
Nos últimos meses, o preço pago ao produtor despencou de cerca de R$ 2,40 para menos de R$ 1,80 por litro, valor que não cobre os custos de produção, pressionados pelo aumento do preço do milho, do farelo de soja, da energia elétrica e do transporte.
Segundo dados da Epagri/Cepa, o estado registrou uma queda superior a 10% na produção em relação ao mesmo período de 2024, reflexo do desestímulo e do abandono da atividade por pequenos agricultores.





