Publicada nesta quinta-feira (8), a mais recente edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz reafirma tendência de melhora nas taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no SUS pela quarta semana consecutiva. Em Santa Catarina, a taxa caiu de 92% para 85%, mesmo assim, a situação ainda é crítica.
A análise – que compreende o período entre 20 de junho e 3 de julho – destaca que, pela primeira vez neste ano, não houve aumento das taxas de incidência ou de mortalidade em nenhum estado.
“Ainda não se pode afirmar que essa tendência é sustentada, isto é, que vai ser mantida ao longo das próximas semanas, ou se estamos vivendo um período de flutuações em torno de um patamar alto de transmissão, que se estabeleceu a partir de março em todo o país”, alertam os pesquisadores.
Mesmo com redução expressiva no número de casos, as taxas de incidência de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) ainda são muito altas em vários estados. Em sua maioria, esses números indicam casos graves de Covid-19.
A queda dos indicadores de incidência, mortalidade e ocupação de leitos de UTI vem configurando um cenário que pode ser resultado do avanço da campanha de vacinação, que atingiu num primeiro momento os grupos muito expostos, como os profissionais de saúde, e mais vulneráveis, como os idosos e portadores de comorbidades, e já se amplia na população geral entre pessoas na faixa dos 40 anos.
No momento atual, o curso da pandemia segue com mudança gradativa do perfil etário de casos internados e óbitos.
O rejuvenescimento, com expressiva concentração entre a população adulta jovem, traz novos desafios com relação às formas de enfrentamento da pandemia, como os relacionados a garantia da cobertura vacinal no maior estrato populacional do Brasil (30 a 59 anos).
Taxas de ocupação de leitos
Pela primeira vez em meses, somente um estado, Roraima (97%), apresenta taxa de ocupação superior a 90%. Também na zona crítica, com taxas entre 80% e 89%, encontram-se mais dois estados: Paraná (89%) e Santa Catarina (85%) e o Distrito Federal (82%).
Vacinação
O estudo ainda aponta que o país vacinou mais de 45% da população adulta com pelo menos uma dose de vacina e cerca de 16% com as duas doses.
Os pesquisadores alertam que falhas operacionais no SUS podem resultar em atraso no registro das doses aplicadas. Também é destacado que o surgimento de variantes continua sendo uma ameaça, com potencial de reduzir a efetividade das vacinas disponíveis.
Onze estados apresentaram percentual de vacinados com esquema completo inferior à média nacional, com destaque para Maranhão, Paraná, Rondônia e São Paulo.
As vacinas são efetivas na prevenção de casos graves e parecem vir cumprindo bem esse papel. O surgimento de variantes continua sendo uma ameaça com potencial de reduzir a efetividade das vacinas disponíveis, e essa é uma preocupação que não pode ser perdida de vista.
É fundamental que se mantenham medidas de distanciamento físico, uso de máscaras, cuidados com a higiene das mãos. É fundamental que as pessoas se vacinem, conforme o calendário dos seus municípios, sabendo que todas as vacinas disponíveis têm produzidos excelentes respostas.
Sob o ponto de vista da organização do sistema e serviços de saúde, cabe o investimento imediato em estratégias para
mitigar de forma eficiente os problemas gerados pelas necessidades de saúde e demandas reprimidas e desafios frente à Covid Longa.