A Polícia Civil de Canoinhas solicitou, no dia 5 de março, ao Tribunal de Justiça do estado (TJSC) autorização para investigar o prefeito de Bela Vista do Toldo, Francisco Carlos Schiessl (MDB), em decorrência de um incidente ocorrido em 2 de março.
Na ocasião, o prefeito foi flagrado discutindo e ameaçando um policial militar durante uma abordagem de trânsito na cidade. Carlinhos Schiessl discutiu com o PM para impedir reboque do carro de seu afilhado, acusando o PM de “querer guerra”. Ao não ter êxito na ação, o prefeito prometeu retirar o policial de Bela Vista do Toldo: “O prefeito aqui sou eu”, declarou, batendo no peito, afirmando que iria mostrar ‘quem manda na cidade’.
O andamento do pedido encontra-se sob sigilo, e até o momento, não há informações sobre a decisão do TJSC em relação à abertura do inquérito. O delegado Darci Nadal informou que não foi divulgado quem concedeu a ordem de sigilo, emitida pelo Poder Judiciário.
A solicitação de investigação foi encaminhada ao TJSC em 6 de março, devido ao foro privilegiado do prefeito em razão de seu cargo.
Até a última atualização desta reportagem não havia resposta se a abertura do inquérito será autorizada, disse o delegado.
Conforme o delegado Nadal, da Divisão de Investigação Criminal de Canoinhas (DIC), o policial militar agiu de forma correta, já que a medida legal para veículo com o licenciamento vencido é a remoção para o pátio. Ainda segundo o delegado, há indícios de ameaça, abuso de autoridade e concussão/corrupção passiva do prefeito contra o policial militar.
No dia dos fatos, o afilhado do prefeito foi levado à delegacia e declarada prisão em flagrante por dirigir embriagado, crime previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro.
Antes, quando ainda era abordado pela PM, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. “Como ele possuía mais de um sinal de embriaguez, o policial militar fez o auto de constatação”, explicou o delegado.
Com isso, já seria possível realizar a prisão. Porém, na delegacia, o motorista pediu para fazer o teste. “Salvo engano, deu 0,43 miligramas de álcool por litro”.
Foi dada a ele a possibilidade de pagar uma fiança de um salário mínimo, atualmente em R$ 1.518. Segundo o delegado, o motorista fez o pagamento e agora responde ao crime em liberdade.
O prefeito Carlinhos Schiessl comunicou, através de sua assessoria, que iria se manifestar sobre o ocorrido, contudo até o momento não houve posicionamento.