Bolsonaro reúne apoiadores e sete governadores em SP, em ato pela anistia

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Ex-presidente e aliados pedem anistia aos presos pelo 8 de Janeiro. Evento contou com governadores, congressistas e 2 trios.

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Três semanas após a manifestação no Rio de Janeiro, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) participaram de um ato na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, na tarde deste domingo (6), convocado pelo ex-presidente. A manifestação pedia a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília.

Enquanto na capital fluminense compareceram quatro governadores, desta vez, sete chefes de Executivo estaduais confirmaram presença.

Dos governadores que estiveram no ato em Copacabana no somente Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, não esteve presente hoje. O cancelamento de sua participação ocorreu devido às chuvas que atingem o estado nos últimos dias.

Bolsonaro com Tarcísio de Freitas e outros seis governadores antes de ato pela anistia na Avenida Paulista — Foto: Reprodução/Instagram

Em uma imagem divulgada pela assessoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, horas antes do protesto, estavam com Bolsonaro:

  • Mauro Mendes (União), governador do Mato Grosso
  • Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais
  • Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo
  • Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás
  • Wilson Lima (União), governador do Amazonas
  • Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná

Parlamentares e outras autoridades, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também participaram do ato. A manifestação foi organizada e financiada pelo pastor evangélico e aliado de longa data de Bolsonaro, Silas Malafaia.

Deputados federais e senadores usaram o ato para pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar a votação do projeto de lei que anistia os presos que participaram dos atos de 8 de janeiro.

Em vários momentos, foram feitas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), como na fala do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que chamou os ministros de “ditadores de toga”.

“A que ponto nós chegamos? Temos que ir pra rua pra poder dizer o óbvio, de que altas penas é para criminosos e não pra baderneiros. Gente como o Alexandre de Moraes, ditadores de toga, principalmente, se utilizou do dia 8 para nos amedrontar, se lascou. Olha a gente aqui. Essa é a resposta para você, seu covarde. E digo mais, fizeram de tudo para poder massacrar a maior liderança política desse país que é Bolsonaro. Digo novamente, se lascou”. Nikolas Ferreira (PL-MG)

Do alto do trio, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu uma “anistia humanitária” aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes.

Segurando um batom na mão, ela saiu em defesa da cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por ter pichado com um batom a estátua “A Justiça”, em frente ao STF em Brasília.

Vários manifestantes, vestidos de verde e amarelo, também levavam nas mãos batons e alguns até batons infláveis em referência ao caso da pichadora, que virou símbolo da direita.

Discurso de Bolsonaro

Por volta das 15h40, Jair Bolsonaro discursou e pediu anistia para os presos pelos atos golpistas. Fez críticas ao STF e ao presidente Lula.

Ao defender o seu governo, elogiou a sua equipe econômica na época, citou a criação do PIX entre os feitos da sua gestão e afirmou ter havido uma interferência que fez mudar o resultado final das eleições de 2022.

O ex-presidente lembrou ainda quando viajou aos Estados Unidos dias antes do fim do seu mandato. Ele disse que “o golpe deles só não foi perfeito” porque no dia 30 de dezembro de 2022 ele saiu do país.

“Algo me avisou”, afirmou, acrescentando que, se estivesse no Brasil em 8 de janeiro, teria sido preso “e estaria apodrecendo até hoje ou até assassinado”.